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Investimos 4 vezes mais na estrada que nos caminhos-de-ferro

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Uso do comboio diminuiu de 11,3% para 3,8% entre 1990 e 2004

O investimento de Portugal na rodovia tem-se mantido, à semelhança do ocorrido na última década, muito acima do investimento na ferrovia e não obstante o mau desempenho do país em termos da evolução no sector dos transportes. Aliás, só em 2004, investimos quatro vezes mais nas estradas do que nos caminhos-de-ferro.

Os dados são do relatório da Agência Europeia do Ambiente «Climate for a Transport Change», citado pela Quercus.

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Desta forma, a associação não se mostra surpresa que os portugueses tenham abandonado progressivamente o uso dos transportes colectivos a favor do transporte individual. Comparando 1990 com 2004 é possível verificar que o uso do comboio diminuiu de 11,3% para 3,8%, o uso de autocarros diminuiu de 20,5% para 11,1% e que o uso do automóvel subiu de 54,6% para 68,7%.

«Os indicadores são claros quanto ao caminho que Portugal está a tomar. Tal como o próprio relatório sublinha, é fundamental uma perspectiva integrada se o objectivo é o de promover uma mobilidade mais sustentável. Não é possível olhar para o sector dos transportes só por si», sustenta a Quercus.

Portugal tem o 5º pior resultado no aumento das emissões de gases

A associação defende ainda que a «acção terá que ser concertada entre áreas tão diversas como: as políticas de urbanização/ordenamento do território; a localização das indústrias e outros pólos empresariais/desenvolvimento ou a promoção da alteração de comportamentos e da imagem algo negativa ainda associada a alguns modos de transporte».

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E rematam: «Esta perspectiva integrada é não apenas importante para o desempenho ambiental do país mas também para a promoção da saúde pública».

Segundo o mesmo relatório, Portugal apresenta o quinto pior resultado da União Europeia a 27 no que diz respeito ao aumento das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) associadas ao sector do transporte, com um aumento de 96% (entre 1990 e 2005), só ultrapassado por países como a República Checa, Chipre, Irlanda e Luxemburgo.

Estes resultados estão ligados a outros indicadores também analisados neste relatório, relacionados com o recurso a meios de transporte alternativos, saudáveis e sustentáveis. Quer quando se analisa a prática de andar a pé, quer a de recorrer à bicicleta, Portugal apresenta dos piores resultados na UE15.

«Estes resultados não só empurram Portugal para uma situação de incumprimento dos seus compromissos comunitários (Protocolo de Quioto; legislação sobre poluição do ar ou relativa ao ruído), como também podem contribuir para agudizar problemas de saúde associados a estilos de vida mais sedentários e com níveis de stress mais elevados», realça a Quercus.

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