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«Lucros da Galp crescem à custa de consumidores e do Estado»

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O economista Eugénio Rosa defende que os lucros da Galp cresceram devido à descida nos impostos pagos e ao elevado preço dos combustíveis.

O deputado do PCP acusa a petrolífera de tentar «manipular a opinião púbica», ao alegar que a subida de 71% nos lucros semestrais se deveu ao aumento da margem de refinação e ao dissociar «o crescimento vertiginoso dos lucros da subida dos preços de venda, como a refinação produzisse por si própria e por artes de mágica o aumento dos lucros, e estes não resultassem da diferença entre os preços de venda aos consumidores e os custos suportados pela empresa».

O economista refuta a ideia de que os impostos que incidem sobre os combustíveis no nosso País são mais elevados do que nos restantes países da UE. «Isso não corresponde à verdade. Em 16 países da UE que analisamos, utilizando dados da Direcção Geral de Energia do Ministério da Economia, somente em sete países os impostos em euros sobre combustíveis são inferiores aos pagos em Portugal, sendo em 9 países superiores. Existem até países, como são os casos da Suécia e da França, onde os impostos são mais elevados mas os preços de venda ao consumidor são mais baixos do que em Portugal», refere, num estudo hoje conhecido.

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«Os preços elevados dos combustíveis no nosso País devem-se fundamentalmente aos preços sem impostos, que revertem na totalidade para as empresas e que constituem a fonte dos seus lucros», acrescenta.

Preço médio do barril de petróleo tem baixado

O deputado comunista lembra que, apesar dos lucros da Galp terem aumentado 71%, os impostos a pagar ao Estado por esses lucros diminuíram 12%, passando de 120 para 112 milhões de euros. «Portanto, o aumento de lucros da Galp foi conseguido também através da redução das receitas do Estado, pois esta empresa vai pagar em 2007 menos 14 milhões de euros de imposto devido aos elevados benefícios fiscais que continua a gozar, o que prova que o compromisso de Sócrates e do seu ministro das Finanças de que iriam acabar os privilégios fiscais não foi efectivado», diz.

Para além disso, «contrariamente ao argumento que as empresas utilizam para justificar o aumento dos preços dos combustíveis em Portugal, o preço médio do barril de petróleo no 1º semestre de 2007 foi inferior ao registado no 1º semestre de 2006». Citando dados da Direcção Geral de Energia e também da própria Galp, o economista garante que o preço médio do barril de petróleo desceu, em dólares, 3,7% e, em euros, 11%. Enquanto isso, os preços dos combustíveis em Portugal «aumentaram ou praticamente mantiveram-se».

Entre o 1º semestre de 2006 e o 1º semestre de 2007, diz Eugénio Rosa, o preço por litro da gasolina sem chumbo 95 aumentou 1,37%; da gasolina sem chumbo 98 subiu 2,3%; e da gasolina sem chumbo 98 aditivada cresceu em 1,18%. Apenas, o preço do litro do gasóleo manteve-se praticamente, pois teve uma pequena descida de apenas 0,82%. E entre Janeiro e Junho de 2007, os preços dos combustíveis aumentaram em Portugal entre 6,8% e 11,6%.

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