Isso vai ser possível já a partir de 4 de Setembro, data em que o mercado ficará totalmente liberalizado, à semelhança do que já acontece com os telefones.
Para ajudar os clientes a optar por um fornecedor, a entidade reguladora está a preparar um simulador on-line. No futuro simulador, o cliente indica as características do contrato e o tipo de consumo. Com base nesses dados, o programa informático revela o preço que cada um dos fornecedores cobrará ao final do mês, explica o «Jornal de Notícias».
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Na carta, que usa uma linguagem que seguramente muitas pessoas terão dificuldade em compreender, a ERSE adianta que os novos fornecedores terão toda a liberdade para cobrar o preço que entenderem e fazerem promoções regionais.
O simulador só comparará os preços, pelo que a ERSE aconselha as famílias a prestar atenção a outros detalhes dos contratos a assinar. Em concreto, o cliente é aconselhado a apurar com que periodicidade receberá uma factura (no caso da EDP, é de dois em dois meses), as condições e os modos de pagamento e a duração mínima do contrato e penalizações pela rescisão antes do prazo, entre outros.
Para mudar de fornecedor de electricidade, o cliente terá que se dirigir à empresa com a qual pretende assinar contrato e que tratará de todo o processo de cancelamento com a EDP. A troca demora, previsivelmente, dez dias úteis, se não for necessário ir a casa do cliente fazer qualquer mudança no contador ou fazer uma contagem extraordinária do consumo. Não é de esperar qualquer interrupção no fornecimento. A mudança não tem qualquer custo para o consumidor.
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No prazo de 12 meses, cada cliente pode mudar de fornecedor, no máximo, quatro vezes. O novo fornecedor usará a infra-estrutura de rede da EDP, mas o cliente só receberá uma factura, com a discriminação dos vários valores a pagar.
Dentro de perto de quatro semanas, qualquer pessoa poderá deixar de ser cliente da EDP Distribuição (que mantém o monopólio dos consumidores domésticos) e escolher outro fornecedor de electricidade. Hoje, estão registados junto da entidade reguladora quatro comercializadores, além da EDP as espanholas Unión Fenosa e Iberdrola, a parceria entre a Sonae e a também espanhola Endesa (a Sodesa) e a italiana Enel, refere o «Jornal de Notícias».
Ainda nenhuma destas empresas gigantes divulgou a estratégia a seguir para conquistar clientes, nem a EDP disse em concreto o que fará para os convencer a não cancelar contratos. Admite apenas promoções pontuais de preços, com a tónica a ser posta na qualidade do serviço e bom relacionamento com o cliente. A eléctrica garante estar preparada para fazer face à liberalização total, mas, a medir pelo que aconteceu com os maiores clientes de electricidade (o mercado para as empresas já está liberalizado), a guerra adivinha-se acesa. No final do ano passado, um quarto da energia consumida em Portugal era assegurada por fornecedores alternativos.
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