«A concretizar-se a OPA do BCP sobre o BPI, apenas se verificará a concentração do capital, alterando a estrutura accionista e simultaneamente uma maior intervenção da banca privada na definição das políticas financeiras em Portugal», afirmou a comissão política do PCP, em comunicado.
Considerando que a OPA do BCP sobre o BPI constitui um «atentado contra a economia nacional», o PCP defendeu que, a concretizar-se, «seria um exemplo inequívoco da submissão do poder político ao poder económico».
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O PCP sustentou que a operação terá «graves prejuízos» para os portugueses, «já hoje fortemente penalizados pelos elevados encargos com a banca, como se pode verificar nos elevados lucros que esta obteve em 2005».
«Para os portugueses, esta OPA, (...) não se traduzirá em melhores e mais acessíveis serviços, como recentemente se verificou quando alguns bancos pretenderam vedar a abertura de contas a desempregados, ou quando voltam a colocar na ordem do dia a introdução da taxa do Multibanco», referiu o PCP.
Na passada segunda-feira, o BCP lançou uma OPA sobre o BPI, em que oferece 5,7 euros por cada acção, o que avalia a instituição em 4,33 mil milhões de euros.
Num comentário à operação, o ministro da Economia, Manuel Pinho, afirmo u terça-feira que se trata de uma questão de funcionamento dos mercados, em que os políticos não devem interferir.
"É uma questão que diz respeito à vida das empresas e dos mercados e os políticos [Governo] não devem interferir", disse então o ministro da Economia.
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