Segundo o Boletim da Primavera do Banco de Portugal (BdP), «a desaceleração da procura interna reflectiu a moderação do consumo privado e a queda do consumo público, uma evolução que deve ser avaliada à luz da necessidade de correcção dos desequilíbrios macroeconómicos da economia portuguesa».
A quebra do investimento «foi o elemento mais desfavorável da evolução verificada em 2006», refere o BdP.
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O comportamento da despesa interna foi também condicionado pela evolução da política monetária, que tem vindo a tornar-se progressivamente menos acomodatícia. «A necessidade de consolidação das contas públicas, indispensável para um crescimento económico sustentado no médio-prazo, traduziu-se num aumento dos impostos e numa redução das despesas de consumo e de investimento das administrações públicas».
Segundo a instituição, «o agravamento da carga fiscal e o aumento das taxas de juro bancárias, num contexto em que os níveis de endividamento são elevados e em que o crédito a taxa variável é claramente dominante, conduziram a uma moderação das despesas de consumo das famílias». As actuais estimativas apontam para um crescimento do consumo privado próximo de 1 por cento, metade de 2005.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) terá registado uma redução de cerca de 2%, o que coloca a queda acumulada dos últimos seis anos em cerca de 15%. Esta queda deve-se à descida do investimento público e em habitação, enquanto que o investimento privado até recuperou cerca de 1%. «No entanto, é ainda prematuro concluir que esta evolução corresponda a uma clara inversão da tendência decrescente que vinha sendo registada nos últimos anos, uma vez que se mantém uma incerteza significativa quanto às perspectivas de crescimento da procura interna no contexto dos desequilíbrios macroeconómicos que persistem na economia portuguesa».
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