O ano que agora acaba não foi mau de todo para os portugueses, pelo menos no que toca ao crédito à habitação. A queda a pique das Euribor permitiu cortar bastante na prestação mensal a pagar ao banco.
Quem ganhou foram sobretudo as famílias com créditos mais antigos, uma vez que, para quem contraiu crédito durante este ano, as vantagens foram poucas: conseguir um empréstimo foi mais difícil e exigiu o pagamento de um spread bem mais alto.
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Entre Dezembro de 2008 e Dezembro de 2009, a Euribor a seis meses, a mais usada pelos portugueses como indexante do crédito à habitação, caiu cerca de 70%, passando dos 3,365% para 0,0996% (média mensal deste mês, a uma sessão do fim do ano.
Em Dezembro do ano passado, uma família com um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos e com um spread de 1% pagava uma prestação mensal de 760 euros, de acordo com cálculos da Agência Financeira. Com a média deste mês, as famílias com condições semelhantes que virem a sua prestação revista em Janeiro, vão pagar apenas 568 euros. Uma redução de 192 euros por mês, o que resulta, em termos anuais, numa poupança de 2.310 euros.
Mas as boas notícias podem muito bem ter acabado no parágrafo anterior. É que, daqui para a frente, as Euribor tornam a subir. Aliás, em Dezembro, a taxa a seis meses já aumentou, ainda que muito ligeiramente, face a Novembro: passou de 0,993 para 0,996%. Quer isto dizer que, por exemplo, quem contrair um empréstimo em Janeiro, já pagará mais do que se o tivesse contraído no último mês de 2009.
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Janeiro pode, assim, marcar o reinício da subida das taxas de juro. Esta é a primeira subida em mais de um ano mas, de acordo com os analistas, mais virão. Na recta final de 2010 (terceiro ou quarto trimestre) o Banco Central Europeu (BCE) deverá começar a aumentar o preço do dinheiro e as Euribor têm por hábito antecipar esses movimentos. Ou seja, a expectativa de uma subida das taxas de referência no horizonte, está a começar a puxar as Euribor para cima.
O único consolo é que, desta vez, tudo aponta para uma subida mais compassada, mais lenta. Ao contrário do que aconteceu no passado recente, em que as taxas subiram rápida e fortemente, desta vez os especialistas acreditam que a subida será mais gradual: um bocadinho de cada vez, demorando mais tempo a atingir níveis tão elevados.
Simule aqui quanto vai pagar de crédito à habitação quando a sua prestação for revista
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