A instituição financeira, que reúne esta manhã, deverá aumentar a taxa de juro de referência para a Zona Euro dos 2%, valor em que se encontra desde meados de 2003 e que é o mais baixo das últimas seis décadas, para 2,25%. Uma subida ainda moderada, mas que deverá ser a primeira de várias.
A confirmar-se, esta subida das taxas vai contra a vontade dos Governos dos países que aderiram à moeda única, e contraria mesmo as recomendações de vários organismos internacionais, devido à fragilidade da retoma económica europeia. No entanto, e apesar dos elevados preços do petróleo, a inflação parece estar controlada e não existem grandes pressões inflacionistas.
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Os especialistas dizem que Portugal será dos mais penalizados pelo aumento das taxas e, ao nível das famílias, o endividamento, que atingiu já 117% do rendimento disponível no ano passado, deverá ficar mais difícil de suportar.
Para se ter uma ideia, com a subida esperada para hoje nas taxas de juro, e para um crédito habitação de 100 mil euros a 30 anos, a prestação mensal estará actualmente abaixo dos 370 euros. Com a subida das taxas passará para mais de 382 euros, ou seja, um aumento mensal de mais de 12 euros. Mas depois desta primeira subida, mais se seguirão em 2006 e portanto é de esperar que ao longo do próximo ano as prestações aumentem ainda mais.
O BCE tem dito que não pretende efectuar uma sequência de subidas nas taxas, como aconteceu nos EUA, mas os especialistas falam de um aumento de quase 1 ponto percentual até ao final do ano que vem.
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