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Pedidos de ajuda para pagar casa duplicam em 2007

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Crédito à habitação custa mais quatro euros em média do que em Outubro.

De Janeiro a Outubro deste ano, 1500 pessoas pediram ajuda ao Gabinete de Apoio ao Sobreendividado (GAP) da Deco por não conseguirem pagar as suas dívidas, avança o «Diário Económico».

Este é o valor mais alto de sempre. Em 2006, houve 905 casos, o que indica que este ano os pedidos de socorro deverão duplicar, já que ainda faltam dois meses para terminar o ano e um deles inclui o Natal.

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Natália Nunes, coordenadora do GAP, sublinha que o aumento contínuo das taxas de juro se «reflecte muito nas famílias, sobretudo naquelas em que o crédito à habitação já tinha um peso significativo no ordenado mensal». A especialista acrescenta ainda que, «na região de Lisboa, têm aumentado os pedidos de ajuda de famílias com rendimentos mensais mais elevados, entre os dois mil e os três mil euros».

Muitos dos casos de incumprimento são motivados pelo aumento das prestações da casa para níveis que as famílias já não conseguem suportar. E segundo os dados divulgados ontem pelo INE, as taxas de juro implícitas no crédito à habitação (isto é, o valor dos juros finais efectivamente pagos pelas famílias) subiram 0,077 pontos percentuais (para 5,311%) em Outubro. Para os contratos celebrados nos últimos três meses, a subida foi de 0,054 pontos percentuais, registando-se uma taxa de juro final de 4,961%.

Segunda onda de crise do subprime

Os dados do INE demonstram também que o montante em dívida aumentou, facto que Cristina Casalinho, economista-chefe do BPI, associa à renegociação de dívidas que passa a incluir, para além do capital em dívida, os juros de mora.

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Casalinho justifica a subida das taxas de juro do crédito à habitação se deve a uma «segunda onda de crise do subprime registada em Outubro». O período do final do ano é já, tipicamente, um momento em que tanto os particulares, como as empresas, preferem ter capital líquido. No entanto, a sucessão de notícias que dão conta de efeitos mais alargados da crise financeira gerada nos EUA «têm assustado ainda mais os investidores e aumentado a escassez de liquidez nos mercados», explica. «A incerteza quanto ao efeito real do subprime regressou», acrescenta a economista.

Com menos dinheiro disponível, «os custos de financiamento sobem e reflectem-se nos créditos à habitação», conclui Carlos Andrade, economista-chefe do BES. Este efeito é visível nos empréstimos indexados à Euribor ¿ o que em Portugal se verifica na quase totalidade dos casos, devido ao período de taxas de juro baixas verificado até ao final de 2005.

Em 2008 é provável que os juros se mantenham elevados, mesmo que o Banco Central Europeu não volte a subir a taxa directora tão cedo. É que «a taxa de juro de mercado já descolou da taxa de referência», explica Carlos Andrade.

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