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Gestão privada do Hospital Amadora-Sintra poupa 25 milhões ao ano

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O Estado teria gasto mais 25 milhões de euros em 2007 se o desempenho do Hospital Amadora-Sintra fosse pago a valores de outros hospitais, como o Garcia de Orta, em Almada, revela um estudo esta terça-feira divulgado.

Apresentado durante uma cerimónia para assinalar os 13 anos do Hospital Amadora-Sintra, a «Avaliação da experiência de gestão privada do Hospital Fernando da Fonseca», realizada pela Universidade Nova de Lisboa, percorreu a vida deste hospital, cuja gestão privada termina no final do ano.

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A partir de Janeiro de 2009, este hospital passará a ser uma Entidade Pública Empresarial (EPE), conforme anunciou em Março de 2007 o primeiro-ministro, José Sócrates.

Chega assim ao fim a gestão da José de Mello Saúde, que desde 1995 geriu aquele hospital, lembrou o professor da Universidade Nova de Lisboa José Neves Adelino.

Entre 1995 e 2001, o hospital foi lançado e consolidou-se. A partir de 2001, registaram-se diferendos vários com a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, que terminariam com o tribunal arbitral a decidir que a ARS devia à sociedade gestora 43 milhões de euros.

Em 2004 deu-se a renovação do contrato e, a partir de então, a instituição apresentou resultados que demonstram uma «recuperação notável», salientou José Neves Adelino.

Custos contratuais por doente baixos

Entre os vários dados do estudo, o professor destacou os custos contratuais por doente que, segundo disse, são mais baixos até 20 vezes do que em instituições como o Hospital Garcia de Orta.

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Ainda em comparação com este hospital situado em Almada, José Neves Adelino disse que o Estado teria gasto mais 25 milhões de euros em 2007 se pagasse a actividade (por doente) do Hospital Amadora Sintra aos custos do Garcia de Orta.

De acordo com o estudo, a gestão privada do Amadora-Sintra permitiu um desempenho financeiro (criação de valor) na ordem do milhão de euros entre 1997 e 2007.

Na cerimónia com que assinalou os 13 anos do hospital, o presidente do Conselho de Administração da José de Mello Saúde, Salvador de Mello, recordou o caminho percorrido, que «nunca foi fácil».

«Mesmo com todas as adversidades que vivemos, penso que é justo afirmar que conseguimos fazer do Hospital Fernando Fonseca uma referência hospitalar que compara muito favoravelmente com a generalidade dos hospitais portugueses», disse.

Daniel Proença de Carvalho, que acompanhou o hospital mais de perto, a propósito do diferendo com a ARS, lamentou que a discussão pública em torno do hospital «nunca tenha respeitado padrões de racionalidade nem dados objectivos, mas sim pensamentos ideológicos que, à partida, condenaram este modelo».

«Para determinadas forças políticas, não era possível que esta experiência resultasse», concluiu.

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