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Economistas já estavam à espera do pior resultado de sempre

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Maior contenção e cautela são as palavras de ordem para as famílias portuguesas

(Notícia actualizada às 12h50)

Afinal o pior cenário confirmou-se. A economia portuguesa afundou 3,7 por cento nos primeiros três meses deste ano. É o pior resultado desde que os dados começaram a ser registados pelo Banco de Portugal, em 1977. Os economistas contactados pela Agência Financeira (AF) não se mostram surpreendidos e não têm dúvidas: Sócrates vai ter de admitir Orçamento Rectificativo.

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«Depois do Banco de Portugal ter previsto uma contracção de 3,5% já era previsível este cenário francamente negativo e não há sinais de que vamos ter uma recuperação até ao fim do ano», defende Miguel Frasquilho.

Face a estes números, o economista diz que é imperativo avançar com um Orçamento Rectificativo. «O país não tem as contas em dia, nem o actual orçamento reflecte a realidade e isso já acontecia há mais de dois meses. Agora é inevitável», refere.

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Portugal fica para trás

Nogueira Leite mostra-se em sintonia com Frasquilho e chama a atenção de que estes números vêm «agravar ainda mais a situação económica do país e que já não era fácil».

Mas para o economista as dificuldades não ficam por aqui. «O grande problema vai ser quando os outros países arrancarem com a recuperação e Portugal não, já que não estão as ser resolvidos os grandes problemas estruturantes».

Já para o economista da Informação de Mercados Financeiros (IMF), Filipe Garcia, a recuperação económica acontecerá quando os parceiros europeus começarem a crescer. «Portugal terá dificuldades em inverter o ciclo económico actuando por si só. Da mesma forma que foi arrastado para a situação actual pelos desenvolvimentos da economia mundial, também estará dependente de uma melhoria na envolvente económica externa para inverter o ciclo económico».

«Números do passado»

Um pouco mais optimista parece estar César das Neves. O responsável lembra que «são números do passado (Janeiro, Fevereiro e Março). Logo reflectem o que já aconteceu nesses meses. Não são números do futuro», refere em declarações à AF.

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Já para a economista do BPI, Ana Paula Carvalho, esta realidade surge «numa altura de forte queda dos principais parceiros europeus e do mundo industrializado», acrescendo, no entanto, «que esta tendência deverá esbater-se nos próximos trimestres. Há sinais de estabilização».

Ao contrário de Miguel Frasquilho, a economista do BPI não está à espera de grandes alterações em termos de medidas governamentais e, admite mesmo, que «as principais medidas de suporte já foram tomadas».

O que acontece às famílias?

Maior contenção e cautela são apontadas, por Miguel Frasquilho, como as palavras de ordem para as famílias portuguesas. «Tem de existir um maior controlo, principalmente ao nível dos gastos mais supérfluos, uma vez que, a conjuntura continua a ser muito perigosa. Ninguém sabe o dia de amanhã e, o mais certo é virmos a assistir a um aumento da taxa do desemprego».

Uma opinião partilhada por Ana Paula Carvalho: «estes números devem significar mais contenção e mais cautela para as famílias portuguesas», salienta em declarações à AF.

Para César das Neves, face a esta realidade, é necessário que o Governo apoie «cada vez mais as famílias e as empresas», reconhecendo, no entanto, que «as famílias que mantêm o emprego estão melhor do que as desemprega»

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