A taxa de inflação portuguesa caiu 0,4% em Março deste ano face ao mesmo mês do ano passado. Uma situação que não se verificava em Portugal desde o início da década de 60, explica o Instituto Nacional de Estatística (INE) em comunicado.
Além disso, a taxa verificada representa ainda uma forte desaceleração face a Fevereiro, quando a inflação homóloga se saldou numa subida de 0,2%.
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Veja o vídeo sobre a queda da inflação
A queda dos preços deve-se essencialmente devido à queda dos preços na classe dos Transportes, reflectindo sobretudo a redução significativa dos preços dos combustíveis.
Pelo contrário, a impedir um maior deslize do índice, estiveram as classes da Habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis e dos Restaurantes e hotéis.
Packs de férias mais baratos
Comparando as taxas de variação homóloga de Março de 2009 com a média das taxas dos três meses anteriores, o INE destaca a desaceleração de preços na classe das Bebidas alcoólicas e do tabaco, bem como a redução de preços na classe dos Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, da Saúde e na classe do Lazer, recreação e cultura, este último associado em particular a reduções de preço ao nível de packs de férias organizadas e de equipamento de processamento de dados.
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Excluindo a energia e os bens alimentares não transformados, registou-se um aumento de 0,9% na taxa, ainda assim cima do registado no mês anterior (1,4%).
Vestuário e calçado 20% mais caros com colecção Primavera-Verão
Em termos mensais, os preços subiram 0,8%, em abrandamento face aos 1,5% observados em Fevereiro.
«Para este resultado contribuiu de forma determinante a variação mensal observada na classe do Vestuário e calçado», cujos preços aumentaram 20%, reflectindo o fim da época de saldos e promoções e o efeito da entrada da nova colecção de Primavera-Verão.
Outras classes com variações positivas foram a das Bebidas alcoólicas e tabaco, embora menor que no mesmo mês do ano anterior, e a das Comunicações. De salientar, em sentido oposto, a redução dos preços observada na classe da Alimentação.
A um nível mais detalhado, o INE destaca as contribuições positivas dos artigos de vestuário e dos artigos de calçado, e, pelo contrário, as contribuições negativas dos combustíveis e lubrificantes, que passaram de uma contribuição muito positiva para a segunda contribuição negativa de maior dimensão, depois do Peixe fresco, frigorificado ou congelado.
Em termos harmonizados, que permitem a comparação directa com os parceiros europeus, a taxa homóloga foi negativa em 0,6%. De acordo com a última informação disponível para os países membros da área do Euro relativa a Fevereiro de 2009, Portugal registou a taxa de variação homóloga (0,1%) mais baixa, a par com a Irlanda.
Em termos mensais, a taxa de inflação harmonizada foi de 0,8%, deixando a média dos últimos 12 meses nos 1,9%.
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