As dificuldades financeiras dos portugueses já estão a afectar as telecomunicações, com grande parte dos consumidores a não pagar as suas cobras de telemóvel.
Segundo as contas de duas das operadoras a operar em Portugal, o montante de cobranças duvidosas e de dívidas incobráveis aumentou substancialmente em 2008, quando comparado com os valores registados em 2007, revela o «Diário de Notícias».
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No caso da Portugal Telecom, que detém a TMN, as dívidas incobráveis dispararam 63% no ano passado, passando de 2,99 milhões de euros em 2007 para 4,87 milhões em 2008.
Neste valor estão incluídas todas as dívidas que a operadora não consegue cobrar, independentemente do negócio (fixo, móvel ou televisão, por exemplo). Mesmo assim, do total do valor em dívida, a PT conseguiu recuperar, no ano passado, 3,1 milhões de euros, segundo o relatório e contas da operadora.
Segundo o mesmo jornal, no caso da Sonaecom, empresa que detém a Optimus, o valor em dívidas de clientes com cobrança duvidosa subiu 14,7%, para 75,3 milhões de euros no ano passado, sendo que a maioria deste valor se deve a contas de telecomunicações (tanto telemóveis como telefones fixos). Enquanto em 2007 havia 62 milhões de euros em dívida por parte de consumidores, em 2008 este valor ascende a 71,6 milhões, revela a operadora no seu relatório e contas.
Quanto à Vodafone, não é possível saber qual o montante em dívida, já que a operadora não é cotada em bolsa em Portugal e por isso não é obrigada a publicar o seu relatório e contas anual.
Estes números confirmam a realidade já sentida pela Deco - Associação de Defesa do Consumidor. No ano a que se referem estas dívidas das operadoras, os pedidos de ajuda de famílias sobreendividadas aumentaram, com a associação a dar entrada a 2034 processos no total do ano.
Este ano, os pedidos de ajuda têm vindo a disparar. Só no mês de Janeiro, o Gabinete de Apoio ao Sobreendividamento deu entrada a 239 processos, uma subida de 85% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em Fevereiro, o aumento foi 86%, com mais 254 famílias a pedirem ajuda do que no mesmo mês de 2008.
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