O Bloco de Esquerda (BE) quer saber se a futura loja IKEA de Loulé vai ser construída em terrenos da Reserva Agrícola Nacional (RAN). O alerta foi lançado pela Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus) e os bloquistas decidiram agora questionar o Governo para saber se a informação divulgada pelos ambientalistas tem razão de ser.
«Tem o Governo conhecimento da pretensão da IKEA Portugal em construir uma loja e um centro comercial em terrenos RAN em Loulé» e que «medidas o Governo promoverá no sentido de preservar os solos classificados como RAN da região do Algarve», foram as questões enviados pelo BE ao Governo socialista, e agora divulgadas pela agência Lusa.
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O Bloco de Esquerda invoca a legislação em vigor, referindo que as utilizações não agrícolas de áreas integradas na RAN só podem verificar-se quando não exista alternativa viável fora das terras ou solos da RAN.
De acordo com a informação divulgada pela Quercus, a «empresa imobiliária IMO 224 - Investimentos Imobiliários, S.A. terá promovido a compra de cerca de 40 hectares de terreno no sítio de Alfarrobeira, em solos classificados como RAN», acrescenta o grupo parlamentar do BE.
Em entrevista à Agência Lusa, o presidente da Câmara de Loulé, Seruca Emídio, disse quinta-feira que existem duas intenções para a localização de dois grandes centros comerciais no concelho: a do IKEA no eixo Loulé/Faro e a do grupo Auchan (Jumbo) no eixo Loulé/Quarteira.
Em resposta à Quercus, o autarca afirmou que ambos os projectos estão inseridos em terrenos «predominantemente agrícolas».
A cadeia sueca IKEA anunciou em Dezembro de 2009 que pretende abrir uma loja e um centro comercial Inter IKEA em Loulé. Trata-se de um investimento de valor superior a 200 milhões de euros que permitirá criar três mil postos de trabalho directos.
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