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Murat, o «tradutor» que desapareceu de repente

Arguido participou nas buscas, mas na semana passada «evaporou-se»

Robert Murat, o britânico de 32 anos constituído arguido ao fim de 14 horas de inquirição na Polícia Judiciária de Portimão, fez-se sempre rodear de polícias e jornalistas, a quem se oferecia como intérprete, nos primeiros dias de buscas, escreve a agência Lusa.

Filho de pai português, falecido quando ainda era criança, e mãe britânica, com quem vive numa vivenda a cerca de 100 metros do apartamento na Praia da Luz de onde Madeleine desapareceu há 12 dias, Murat participou activamente nas buscas, mas muitos estranharam o seu desaparecimento brusco, no início da passada semana.

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Mãe tem «banca» de recolhe de testemunhos

Só a mãe, Jennifer Murat, 71 anos, continuou a montar, todos os dias, a 200 metros do apartamento de onde desapareceu a menina inglesa, uma banca de recolha de testemunhos, destinada a receber todos aqueles que tinham medo de falar com a polícia ou enfrentar as câmaras de TV, conforme chegou a declarar à agência Lusa.

O homem, de estatura média, cabelo castanho claro curto, com um pequeno defeito no olho direito, que nos primeiros dias após o rapto circulava no passeio lateral ao quarto de Maddie, levantou suspeitas entre alguns repórteres.

Oferecia-se para ser tradutor

«Chegou a ajudar-me em algumas traduções, era muito solícito», contou à Lusa um repórter de rádio, sublinhando que esse trabalho era frequente, sobretudo entre os jornalistas estrangeiros, a quem Murat se oferecia para estabelecer a ponte com a GNR, junto ao posto móvel instalado frente ao Ocean Club.

Mas algumas afirmações de Robert causaram estranheza: «Dizia que nunca haviam de encontrar a criança, que provavelmente já estaria em Espanha», declarou segunda-feira à noite a enviada do Daily Mirror Lory Campbell, 28 anos, que denunciou o caso à polícia de Leicester.

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«Pediram-me para falar com as autoridades portuguesas e foi isso que fiz», disse a repórter aos jornalistas que a rodearam nos minutos seguintes à divulgação das buscas na «Casa Liliana», propriedade dos Murat.

Segundo Campbell, o facto de Robert rondar sistematicamente o local do crime, declarar que tinha servido de intérprete entre testemunhas e as autoridades e raramente falar da pequena Maddie, fizeram acentuar ainda mais as suas suspeitas, pelo que decidiu falar à polícia.

Para justificar o seu empenho em ajudar as autoridades, Robert «dizia que tinha uma filha da idade da menina que desapareceu, que era parecida com a filha», disse à Lusa outro repórter, acrescentando que a filha do agora suspeito reside na Grã-Bretanha com a mãe.

Desapareceu subitamente

Outro facto que despertou a desconfiança entre os jornalistas foi o súbito desaparecimento de Robert Murat, residente na Praia da Luz há três décadas e empresário de uma agência de imobiliário.

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«De um dia para o outro, evaporou-se, ninguém sabe porquê», disse um repórter que acompanha o caso de Madeleine McCann desde o primeiro dia, convencido de que não terá sido Lory Campbell a única a denunciar o seu comportamento estranho às autoridades.

Murat constituído arguido

Robert Murat foi constituído arguido depois de na segunda- feira ter sido ouvido pela Polícia Judiciária ao longo de 14 horas, disse hoje à Lusa fonte próxima da investigação, que confirmou a informação ao PortugalDiário.

No mesmo dia, a PJ ouviu duas outras pessoas, alegadamente relacionadas com Murat, e fez buscas na casa do britânico, de onde levou computadores e telemóveis.

Ao certo, junto ao aldeamento e à casa dos Murat, uma velha moradia com piscina, rodeada de arbustos e árvores frondosas, ninguém sabe sequer por que razão Robert foi constituído arguido.

«Pode não ter nada a ver com o caso, podem ter sido encontrados outros ilícitos», observava um jornalista que acompanha o caso.

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