É uma «advertência» da agência de notação internacional Standard & Poor`s (S&P), que passou de «estável» para «negativa» a estimativa de evolução da dívida nacional, mas pretende ter outro alcance.
S&P revê em baixa perspectivas para Portugal
PUB
A deterioração das finanças públicas está na origem deste aviso, que pede «correcção nas contas públicas», e que tem uma influência directa no custo de financiamento de Portugal no estrangeiro. E até poderia vir a influenciar o Orçamento de Estado, caso existisse margem de manobra para uma maior redução da despesa.
Para Paula Carvalho, economista do BPI, «um corte no rating tem influência directa no custo de financiamento de Portugal no estrangeiro»; o mesmo acontecerá aos bancos, e quando as pessoas e as empresas forem pedir dinheiro emprestado também terão que pagar juros mais caros.
Questionada sobre o timming desta análise da S&P, Paula Carvalho considera que não é alheio à realização do Orçamento de Estado, que será conhecido daqui a cerca de um mês. A agência de notação internacional pede contenção nas contas públicas, mas o certo é que os países só irão percorrer o caminho da redução da despesa depois de saírem da crise.
A economista do BPI vai mesmo mais longe e considera que os alertas da S&P e na passada semana da Moody`s - que também reforçou o alerta negativo - «podem vir a aumentar as dificuldades com que os países se estão a debater».
Paula Carvalho frisa que a trajectória portuguesa é «semelhante ao de outros países» e que esta não é altura para aumentar impostos. Fazê-lo numa altura de «tal debilidade económica?», questiona, acrescentando que a análise da S&P é «um pouco pessimista».
«A agência prevê um crescimento quase nulo para 2010 e acreditamos que Portugal terá, de facto, um crescimento pequeno, mas não próximo do zero», disse ainda a economista à Agência Financeira.
PUB