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Professores preocupados com gripe A nas escolas

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Frio, chuva e muitas crianças em locais fechados... os docentes não têm dúvida de que quando o vírus chegar vai ser uma razia

A poucos dias do início de mais um ano lectivo, não é o sistema de avaliação ou as divisões na carreira docente ou ainda as colocações que mais preocupam os docentes. Neste campo, sabem como agir, o pior é quando a Gripe A chegar em força. «Todos os anos metade da turma fica com gripe normal, este ano vai acontecer o mesmo, só que será com gripe A. E podemos ter de fechar a escola. É inevitável e é uma fatalidade», explica Jorge Lopes, professor do 3º ciclo.

«Como será com as aulas de educação física? Os miúdos suam, vão deixar de jogar com bolas?, não utilizam os colchões? E nas cantinas?, os talheres vão ser todos embalados? Vamos proibir os miúdos de emprestar material escolar uns aos outros? O Ministério vai distribuir nas esolas um gel/álcool, para evitar uma maior propagação?», este professor levanta algumas questões para demonstrar que será impossível «escapar» à gripe A nas escolas.

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«Por muito que se faça, por muitas campanhas que existam, há sempre uma grande possibilidade de contágio», acrescenta Isabel Matias.

«Pais vão jogar pelo seguro»

Professor de Educação Física, Mário Melo, considera que os meses de Outubro e Novembro vão ser terríveis. «Dada a facilidade de contágio, não será possível fugir. E basta que numa turma apareça alguém com gripe A para mais ninguém ir às aulas, principalmente na minha escola, onde o nível social é alto. Os pais vão jogar pelo futuro, mas isto vai criar algum alarmismo».

«Tenho a certeza que vamos todos apanhar o vírus. Não há como fugir», acrescenta Sofia Vieira, educadora de infância na Madeira. O importante, diz, «é estarmos informados e passar a mensagem às crianças». No final do ano lectivo a secretaria regional fez uma acção de sensibilização com todos os directores pedagógicos das escolas e também com os pais, «agora cabe-nos sensibilizar os alunos para alguns cuidados a ter, mas não podemos fazer muito mais».

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Professora do 2º ciclo numa escola inserida num contexto sócio-cultural mais baixo, Natércia Santos também não duvida da rápida propagação do vírus nas escolas e já está a antecipar algumas respostas dos alunos: «Ó stora, deixe lá isso. Lavar as mãos outra vez??? Fogo, ainda há bocado lavei».

Professores à espera do resultado das Legislativas

Para além da Gripe A, o factor eleições Legislativas, marcadas para 27 de Setembro, poderá, na opinião dos professores contactados pelo tvi24.pt, determinar se o ano lectivo 2009/1010 será mais calmo ou tão conturbado como o anterior.

«Vai depender de quem ganhar as eleições», explica Mário Melo. «Se for o PSD, provavelmente altera o sistema de avaliação. A não ser que a Manuela Ferreira Leite dê o dito por não dito. Se for o Sócrates vai continuar a contestação». As divisões na carreira, continua este docente», «estão a criar muita insatisfação. Há professores que vão ficar no meio da carreira toda a vida por não haver quotas na escola onde estão, ou então terão de mudar para uma escola longe para poderem progredir».

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«Vamos começar o ano sem alegria. Com uma sensação de déjà vu. Resignados, mas não conformados», acrescenta Jorge Lopes. Para além das divisões na carreira, que preocupam este docente, a falta de tempo para preparar tudo para o arranque do ano lectivo a 10 de Setembro também merecem reparo. «É muita burocracia», diz. Natércia Santos acrescenta que na escola dela, há professores que não foram de férias por causa dos horários e outros que estão de férias, mas levaram trabalho».

«Vai ser um ano muito confuso», acrescenta aquela docente. Se houver outro governo vai querer fazer alterações e vamos «apanhar» com elas a meio do ano. Se continuar o mesmo, vai manter o braço-de-ferro: governo de um lado, sindicatos do outro e os professores no meio».

E falta saber também como o(a) novo(a) ministro(a) vai olhar para os professores, acrescenta Isabel Matias: «Se lhes vai dar ou não o respeito que eles merecem e que se perdeu nos últimos tempos».

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