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Gravidezes múltiplas podiam pagar infertilidade

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Custos pagos pela sociedade davam para «custear todos os tratamentos

Os custos pagos pela sociedade para tratar a gestação múltipla davam para «custear todos os tratamentos de infertilidade e ainda poupar muito dinheiro», afirmou hoje, no Porto, o presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução Assistida.

João Carvalho, um dos oradores da conferência internacional sobre «Usos e representações das tecnologias reprodutivas» realizada pelo Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras do Porto, disse ter chegado a essa conclusão através de um estudo sobre custos com cesarianas e cuidados de neonatologia em três hospitais púbicos portugueses.

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O estudo, efectuado em parceria com o farmacêutico Vladimito Silva, decorreu durante um ano no Hospital de S. João, no Porto, na Maternidade Byssaia Barreto, em Coimbra, e no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

O especialista entende que «o Estado» devia pagar esses tratamentos, seja por inseminação intra uterina ou por fecundação in vitro, «com a recomendação de que se transferisse, na maioria das vezes, apenas um embrião».

O que acontece actualmente - explica - é que os casais que recorrem à procriação medicamente assistida para terem filhos estão sob «uma enorme pressão porque os tratamentos são muito caros», pois cada tentativa custa «entre três mil e quatro mil euros, além da medicação».

As contas feitas por João Carvalho indicam que «um casal pode gastar quase cinco mil euros» se recorrer a uma clínica privada, enquanto no serviço público «os tratamentos são gratuitos, mas os medicamentos são por conta do casal» e podem chegar aos mil euros.

O custo elevado e a baixa taxa de êxito de cada tratamento, estimada em cerca de 30 por cento, fazem com que o casal tente tudo para que o seu investimento resulte logo à primeira. O médico acaba, assim, por ser também pressionado.

«Qual é a tendência? Em vez de um embrião, o médico introduz dois ou até três embriões, o que deu origem a uma elevada taxa de gémeos e trigémeos», explica João Carvalho, concluindo que «a sociedade paga, assim, uma barbaridade».

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