A Proteção Civil diz que não pediu reforço do SIRESP por culpa da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna. A ANPC já respondeu ao relatório no qual era acusada de não ter solicitado "em tempo útil" a estação móvel para o incêndio de Pedrógão Grande, documento a que a TVI teve acesso, nesta quinta-feira.
O presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Joaquim Leitão, acusa, agora, a Secretaria-Geral do MAI de não ter dado a informação necessária para que a ANPC pedisse mais cedo o reforço da rede SIRESP, Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança em Portugal, que está no centro da polémica após a tragédia de Pedrógão Grande, em que morreram 64 pessoas e mais de 200 ficaram feridas.
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Na terça-feira, a Secretaria-Geral do MAI responsabilizou a Proteção Civil por não ter solicitado “em tempo útil” uma estação móvel do SIRESP quando verificou que “a situação estava a tornar-se excecional” em Pedrógão Grande.
As duas estações móveis, confiadas uma à PSP e a outra à GNR, são geridas pela Secretaria-Geral. A primeira estava na oficina para revisão, a segunda estava em Espanha para reparação.
Na resposta dirigida ao secretário de Estado da Administração Interna, a que a TVI teve acesso, Joaquim Leitão escreve que, apesar de as falhas nas comunicações terem começado às 19:38, só às 21:12 do dia 17, data do trágico incêndio, teve da Secretaria-Geral a informação de que havia três estações fixas SIRESP em queda, ou seja, com falhas de sinal. E que nenhuma dessas três estações era a de Pedrógão Grande, sendo que, diz a Proteção Civil, só foi informada da falha da estação de Pedrógão às 23:21.
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Uma hora (23:21) que, ainda assim, não corresponde àquela que a Proteção Civil indicou na primeira-resposta a António Costa (a 22 de junho) e na qual diz ter sido à 00:51 que foi informada da falha da estação de Pedrógrão Grande. Um esclarecimento já pedido à ANPC e que a TVI ainda aguarda.
A Proteção Civil lembra, ainda, o secretário de Estado que não tem possibilidade de monitorizar a rede SIRESP, uma competência da Secretaria-Geral, e que, mesmo assim, atuou logo que teve conhecimento de falhas do sinal vindas do teatro de operações, mesmo antes de ter informação oficial da Secretaria-Geral.
O pedido da estação móvel aconteceu às 21:29 e, como se sabe, a estação só chegou a Pedrógão na manhã do dia seguinte.
Na resposta enviada a Jorge Gomes, também é referida a necessidade de agilizar a colocação de ligação de satélite nas estações móveis à guarda da Proteção Civil, processo acerca do qual o primeiro-ministro já se pronunciou, anunciando o ajuste direto para apressar a instalação das antenas-satélite.
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