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Meco: no sítio errado, à hora errada

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Onda colapsante terá apanhado os estudantes que se encontravam sentados perto da zona de rebentação

«Eles estavam no sítio errado, à hora errada». Para o comandante do Instituto Hidrográfico Santos Marinho, os sete estudantes na noite de sábado não tiveram hipótese quando foram apanhados por uma onda colapsante - onda com uma carga enérgica superior às ondas normais.

«De vez em quando ocorrem ondas maiores do que as ondas normais. O que pode acontecer é que algumas das ondas normais podem somar-se entre elas dando origem a ondas maiores, as ondas colapsantes, das quais é muito difícil conseguir sair», afirmou o comandante ao tvi24.pt.

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De acordo com a mesma fonte, esta é «uma situação normal no inverno». «As ondas chegam e colapsam com toda a sua energia na areia, que por vezes tem um degrau morfológico, o que aumenta o impacto».

«Em geral, o que acontece, com as tempestades, é que alguma da areia é retirada da praia dando origem a degraus morfológicos na areia ou até a zonas de inclinação no fundo do mar, o que faz que a onda rebente muito abruptamente uma vez que chega à praia com toda a sua energia. No entanto, se a praia tiver um declive suave, como acontece no verão, a energia vai-se dissipando ao chegar à praia e a onda perde a força», descreveu o comandante.

Terá sido uma dessas ondas colapsantes que apanhou os sete estudantes de surpresa e que os embrulhou, não lhes permitindo escapar facilmente. A juntar à força da onda, o traje académico não ajudou a que os estudantes reagissem da melhor forma quando foram apanhados pelo mar.

Helicóptero da Força Aérea ajuda nas buscas

Os corpos de cinco jovens continuam desaparecidos no mar. Segundo o Comandante Lopes da Costa, da Capitania de Setúbal, em declarações ao tvi24.pt, «as buscas mantém-se quer terrestres quer marítimas e neste momento está um helicóptero da força aérea no local para reforçar as buscas uma vez que a situação climatérica vai piorar amanhã».

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Segundo o comandante Lopes da Costa, o cálculo efetuado pelo Instituto Hidrográfico para esta quarta-feira «é coincidente com as condições que normalmente existem na área ao logo do ano, estimando-se a deriva para sul», sendo que as buscas estão a ser feitas «mais nas proximidades da costa e na direção sul».

Questionado se não têm dado à costa peças do vestuário dos jovens, o comandante revelou que «têm aparecido gorros, cadernos, copos, partes de roupa» e que quando isso acontece «a área é investigada de forma mais profunda». «No entanto, há que ter em conta que a deriva de um vestígio não é a mesma que tem um corpo».

De acordo com o Comandante Lopes da Costa, o único sobrevivente desta tragédia, João Miguel Gouveia, de 23 anos, revelou que o «grupo de sete amigos estava sentado junto à zona de rebentação quando foi surpreendido por uma onda mais forte que os arrastou para dentro de água e não lhes deu hipótese».

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