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Obesidade: Estado não comparticipa medicamentos

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ADEXO acusou governo de «desafiar» obesos a agravarem a sua situação para serem tratados cirurgicamente

A associação de obesos e ex-obesos de Portugal acusou o Estado de «desafiar» as pessoas com esta doença a agravar a sua situação para serem tratados cirurgicamente, ao não comparticipar medicamentos que podem custar 80 euros mensais, informa a Lusa.

«O Estado para não gastar agora na comparticipação de medicamentos poderá ter custos mais elevados no futuro quando em última instância parece estar a encorajar os indivíduos a chegar à obesidade mórbida, que causa muitos mais problemas de saúde, para serem tratados através de cirurgia», acusou a Associação de Obesos e Ex-Obesos de Portugal (ADEXO).

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O presidente da ADEXO, Carlos Oliveira, lembrou que os obesos não mórbidos (entre 30-40 quilogramas por metro quadrado de Índice de Massa Corporal) são tratados por equipas multidisciplinares em hospitais, mas também necessitam de tomar medicamentos para perder peso e mantê-lo.

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«Um tratamento demora entre seis a oito meses. E os gastos mensais só com medicamentos para a obesidade podem rondar os 80 euros mensais. O Estado já está a empatar dinheiro numas coisas e não quer gastar com outras e mais tarde pode ter custos superiores», criticou.

Até ao momento, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) tem alegado que a comparticipação de fármacos não faz sentido porque quando um doente interrompe a sua toma o peso aumenta e que basta um medicamento para curar a obesidade, acrescentou a mesma fonte.

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O dirigente acusou ainda o Infarmed de nem sequer responder aos pedidos de reunião para discutir eventuais comparticipações.

«Se a obesidade é uma doença crónica, então considera-se não ter cura. Numa doença cardíaca, o doente também tem de tomar medicamentos para o resto da vida e se não o fizer morre ou agrava a sua situação», ilustrou Carlos Oliveira, referindo que a experiência mostra que os obesos habitualmente desistem da toma de medicamentos ao final de dois meses por razões financeiras.

Portugal: 40% da população é obesa

Segundo a ADEXO, países como o Reino Unido, Irlanda, Dinamarca, Turquia e Bulgária comparticipam este tipo de medicamento.

Em Portugal, onde 40 por cento da população é obesa ou tem excesso de peso, são vendidos dois medicamentos de combate à obesidade com as substâncias activas sibutramina e orlistato.

Em todo o mundo, a obesidade afecta 250 milhões de pessoas e é a causa de outras doenças, como a diabetes (57 por cento), litíase biliar (30 por cento), doença coronária (17 por cento), hipertensão (17 por cento), osteoartrite (14 por cento), cancro da mama (11 por cento), cancro do útero (11 por cento) e cancro do cólon (11 por cento).

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