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Festas infantis com comida pouco saudável

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O que preocupa os especialistas por causa da obesidade infantil

Batatas fritas, refrigerantes gaseificados, bolos altamente calóricos e guloseimas são alguns dos alimentos comuns à esmagadora maioria das ementas das festas de aniversário infantis organizadas por empresas, o que preocupa os especialistas por causa da obesidade infantil.

Com o recurso ao serviço destas empresas, a troco de um «custo» por criança, os pais agradecem a possibilidade de proporcionarem um bom momento aos filhos e respectivos amiguinhos, mas poderão estar a promover hábitos que contribuem para o excesso de peso, que atinge já um terço das crianças portuguesas.

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São os próprios pais que, em alguns casos, escolhem as ementas destas festas, optando pelos menus menos saudáveis, seja por pensarem que «dias não são dias» ou por estes serem simplesmente mais baratos.

Para a presidente da Associação Portuguesa de Nutricionistas (APN), Alexandra Bento, não existe desculpa para ementas tão pouco saudáveis. A especialista considera mesmo que é «fácil» elaborar uma ementa saudável sem prejuízo da satisfação das crianças.

Bolo de aniversário em segundo plano

«Costumamos dizer que os doces são para as ocasiões festivas, mas não é por isso que devemos escolher opções descaracterizadas dos nossos padrões, relegando o próprio bolo de aniversário para um segundo plano e dando primazia a doces e mais doces», disse à Lusa.

Para Alexandra Bento, a gota de água destas festas são os saquinhos de prendas que se distribuem no final das festas e que mais não são do que um «reforço» das guloseimas demasiado presentes durante todo o evento.

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Para a presidente da APN, a única razão para as empresas optarem por este tipo de ementas reside no lucro que estas procuram.

O tipo de alimentos servido nestas festas não preocupa o presidente da Associação Portuguesa dos Obesos e Ex-Obesos (ADEXO), organização que elege a obesidade infantil como uma das suas principais lutas.

O presidente da ADEXO, Carlos Oliveira, disse à Lusa que estas festas representam «as asneiras» que podem ser cometidas pelas crianças em termos de alimentação, mas como excepção e não regra.

«Se as crianças mantiverem uma alimentação saudável durante o ano e cometerem duas ou três asneiras durante esse período, isso não é preocupante e até é saudável», disse.

A pensar nas crianças

No mercado desde Abril, a empresa Gogofun funciona em Linda-a-Velha e promete menus «elaborados a pensar nas preferências da pequenada».

À mesa das festas organizadas pela Gogofun não faltam os refrigerantes e as batatas fritas, bem como as guloseimas, que reúnem as preferências dos mais pequenos, conforme disse à Lusa a sócia-gerente da empresa.

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Ana Marques reconhece que os alimentos servidos dos lanches não são os mais saudáveis, mas assegura que tem à disposição dos clientes outros mais saudáveis e que chegou mesmo a disponibilizar uma ementa elaborada por um nutricionista, mas que nunca era escolhida pelos pais.

Direcção-Geral da Saúde atenta

O responsável pela Plataforma contra a Obesidade defende que as empresas que organizam festas para crianças devem adoptar um código de boas práticas que evite a promoção de alimentos ricos em sabor e pobres em qualidade.

João Breda manifestou-se preocupado com a existência cada vez maior de empresas que organizam festas para crianças que incluem lanches altamente calóricos e garante que a Direcção-Geral da Saúde (DGS), organismo a que pertence, está atenta ao fenómeno.

Para este responsável as festas infantis são um óptimo pretexto para a promoção de alimentos saudáveis. «Da mesma forma que as crianças se divertem a comer alimentos pouco saudáveis, também irão estar satisfeitas se praticarem uma alimentação saudável, usufruindo da cultura de grupo que é muito motivante e não deve ser desperdiçada com maus hábitos», explicou.

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