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Começam cedo e ficam «agarrados»

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Consumo precoce e frequente de álcool aumenta risco de dependência em 50 por cento. Tipo de alcoolismo actual é mais grave, avisa especialista. Adolescentes iniciam-se no álcool aos 13 anos Saiba o que é o «binge drinking» e que 10 «shots» equivalem a três litros de cerveja

Os jovens portugueses começam a beber álcool, em média, aos 13 anos. Se o consumo for frequente, até à maioridade, o risco de dependência aumenta em 50 por cento, revela o presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado.

Rui Tato Marinho avançou à agência Lusa que «o tipo de alcoolismo actual é mais grave. Há fenómenos como o binge drinking - beber muito num curto período de tempo principalmente ao fim-de-semana - e ao qual está associada a violência, os acidentes rodoviários e sexo com desconhecidos e desprotegido.

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Consumo excessivo de álcool: factor de risco para contrair vírus da Sida

«A própria Organização Mundial de Saúde aponta o consumo excessivo de álcool como factor de risco para a infecção da Sida». Temos de pensar por que é que temos quatro vezes mais infecções de Sida do que a Espanha. Talvez estes comportamentos dos jovens sejam parte da explicação», avisou o hepatologista.

Risco de dependência aumenta

Segundo este especialista, o risco de dependência aumenta em 10 por cento por ano desde que os jovens começam a beber até que completam o seu desenvolvimento, aos 18 anos. «Quando se começa a beber aos 13 anos e se passa a consumir frequentemente, os jovens têm mais 50 por cento de risco de serem alcoólicos quando chegam aos 18».

Tato Marinho afirmou ainda que o consumo de shots «dá maiores lucros económicos e faz parte de uma teia de interesses que faz mal à saúde», acrescentando que o consumo de 10 shots equivale a três litros de cerveja.

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O cenário de uma cirrose pode também tornar-se mais real a longo prazo (entre 10 a 20 anos) e deve afectar entre 10 e 15 por cento dos praticantes do binge drinking.

A preocupação com este fenómeno levou já o ministro das Finanças britânico a anunciar um aumento dos impostos sobre as bebidas alcoólicas. A Associação de Médicos Britânicos recomendava ainda a proibição de promoções especiais na venda de bebidas.

O testemunho de João

Uma vez que a lei portuguesa autoriza o consumo a partir dos 16 anos, e não existe um plano nacional de combate ao alcoolismo, Rui Tato Marinho defende que a mensagem fundamental a transmitir não é que beber faz mal, mas sim mostrar as consequências do consumo excessivo.

O hepatologista tem desenvolvido desde o início do ano lectivo um projecto-piloto de sensibilização dos jovens para os perigos do consumo do álcool.

Nas suas próprias palavras, João Figueira vive «todo emperrado» desde que um acidente rodoviário o deixou dois meses em coma e cinco sem falar, aos 18 anos. No regresso a casa, depois de uma festa com muito álcool, no Algarve, o carro onde João seguia com um amigo embateu numa parede. Ficou quase um ano no hospital.

O testemunho deste estudante universitário do curso de Acção Social, agora com 27 anos, tem sido repetido em várias escolas secundárias para sensibilizar os jovens para as consequências de beber demasiado e conduzir.

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