«Aos níveis atuais de consumo, precisaríamos [os portugueses] de 2,6 planetas para vivermos, o que é completamente insustentável, uma tendência seguida em toda a Europa», explicou Angela Morgado, coordenadora do programa da WWF em Portugal, à agência Lusa.
Portugal tem uma pegada ecológica idêntica à média da UE, de 4,6, sendo a Bélgica o Estado membro com a maior pegada no grupo europeu, ficando, a nível global, entre os 10 primeiros países.
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«A principal componente dessa pegada, o que torna essa pegada elevada, é o consumo de combustíveis fósseis, é o carbono, [que] chega a representar 50% da pegada e, em Portugal representa 41%, com um ligeiro decréscimo», que a WWF associa à crise económica.
Em Portugal, são ainda realçados outros compornentes na pegada ecológica, como a pesca, com 22%, a agricultura e pastagens, registando as três, «um ligeiro aumento».
Para desagravar a atual situação de gastar mais recursos do que aqueles que o planeta tem capacidade para produzir e repôr, «são necessárias mudanças» no comportamento dos cidadãos e das empresas.
Angela Morgado apontou alterações nas formas de mobilidade, e, de modo indireto, nos produtos consumidos. «Temos de perceber qual a sua origem, para tentarmos reduzir ao máximo o componente do carbono».
A opção por alimentos produzidos localmente, para evitar o transporte de longa distância, e a produção doméstica de energias renováveis, através da instalação de painéis fotovoltaicos, por exemplo, são passos a seguir. Para a indústria, uma das alterações relaciona-se com a redução da queima de combustíveis fósseis.
«A pegada ecológica de Portugal é elevada. A insustentabilidade do nosso estilo de vida tem levado à perda da biodiversidade, tanto em casa como no exterior - as nossas opções de consumo prejudicam os sistemas naturais dos quais dependemos para os alimentos que consumimos, o ar que respiramos e o clima ameno que precisamos», resume Angela Morgado, na síntese da apresentação do relatório para Portugal.
O Relatório Planeta Vivo 2014 é a décima edição da principal publicação bianual da Rede WWF, tem o tema «Espécies e Espaços, Pessoas e Lugares» e analisa mais de 10.000 espécies de populações de vertebrados entre 1970-2010.
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