Portugal também é afectado pelas alterações climáticas, com temperaturas altas e fenómenos extremos, mas também na erosão costeira, pescas e culturas, salienta a Quercus, que alerta para a necessidade de mudar comportamentos e concretizar políticas para reduzir os efeitos, noticia a Lusa.
A propósito da proposta do ex-vice-presidente dos EUA Al Gore de assinalar o Dia Mundial da Realidade Climática, a 14 de Setembro, a associação nacional de conservação da natureza caracteriza o panorama nacional no que respeita aos «impactos já visíveis das alterações climáticas» e às medidas necessárias para combater estes efeitos, desde a política climática nacional até ao comportamento quotidiano de cada cidadão.
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A Quercus cita informações do Instituto de Meteorologia para recordar que 2010 foi um dos anos mais quentes de sempre, juntamente com 2005 e 1998, e que este ano verificou-se a segunda primavera mais quente desde 1931. Além disso, Maio foi o mês mais quente desde aquele ano, e Março foi mais frio e chuvoso que o normal.
No último inverno, ocorreram fenómenos extremos, como o tornado que atingiu os concelhos de Torres Novas, Tomar, Ferreira do Zêzere e Sertã, e os episódios de neve no centro e norte do país, exemplifica a associação.
Para minimizar os efeitos das alterações no clima já foi aprovada a Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas, com grupos de trabalho sectoriais para definir linhas de acção, mas as tarefas em várias áreas como Ordenamento do Território, Recursos Hídricos, Saúde, Energia e Indústria ou Biodiversidade «ainda não estão na fase conclusiva», segundo a Quercus.
Cada português pode contribuir ao utilizar transportes colectivos, desligar a iluminação e os equipamentos quando não estão a ser necessários, anular os consumos dos electrodomésticos em stand by, comprar máquinas mais eficientes, reduzir o consumo de água quente, ou ao investir num correto isolamento térmico e sombreamento exterior das habitações.
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O Roteiro Nacional de Baixo Carbono 2020, que deve ser aprovado até Dezembro, também é referido pela associação, ao salientar que «a discussão pública deve ser alargada a todos os sectores de actividade e à sociedade civil», receando que «possa não vir a concretizar-se» no prazo previsto.
O objectivo de Al Gore é criar na quarta-feira «24 horas de realidade» para chamar a atenção de todos os cidadãos: «A crise climática é real e nós sabemos como resolvê-la».
Em oposição às indústrias do petróleo e do carvão, que investem milhões a negar o impacto da crise climática, Al Gore pretende divulgar um vídeo de 30 minutos à escala global, emitindo-o uma vez por hora, durante 24 horas, e «apresentar os factos inegáveis (as mais recentes ocorrências climáticas extremas, como inundações, secas e tempestades, e a poluição feita pelo homem)».
As «24 horas de consciencialização colectiva» têm emissão online e em directo marcada em climaterealityproject.org.
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