A garantia de trabalho e de alimentação da população é fundamental para a reconstrução do Haiti. A afirmação é do presidente da AMI, Fernando Nobre, para quem o futuro do país terá de ser escrito com «vontade, persistência e determinação».
«Num prazo de seis meses, seria essencial que o mercado de trabalho no Haiti fosse dinamizado», disse o responsável da AMI, acrescentando que se evitaria assim o aumento da violência nas ruas e se potenciaria a coesão social.
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O médico aplaude, assim o programa «Dinheiro por Trabalho», lançado quinta-feira pelas Nações Unidas, que consiste em entregar aos haitianos, por cinco dólares diários, o trabalho de limpeza e reconstrução do país.
Estabilização política é fulcral
A estabilização política é outros dos passos fulcrais de um processo de reconstrução que levará «várias décadas», disse ainda Fernando Nobre, em declarações à Lusa. «O esforço de estabilização política, que vinha a ser desenvolvido desde há seis anos, é fundamental e os políticos haitianos têm de entender que estão perante uma causa nacional e têm de se unir», refere.
O presidente da AMI acredita, ainda assim, que será «o grande vizinho do Norte», os Estados Unidos, a liderar a reabilitação do Haiti.
Fernando Nobre admite que a actual catástrofe pode apresentar-se ao Haiti como uma oportunidade única para o futuro de um país que apresenta os níveis mais altos de pobreza da América. «Se houver uma liderança política e económica haitiana responsável, se a comunidade internacional não esmorecer e demonstrar um verdadeiro empenho na concretização das promessas, pode ser um renascer para o Haiti», afirmou.
O médico tem viagem marcada para o Haiti para o próximo dia 28 e garante que o trabalho da AMI no terreno vai continuar por muitos meses.
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