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Militares acusados pela morte de jovem em quartel alegam falta de formação

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Ana Rita Lucas morreu, a 20 de maio de 2011, depois de cair de uma altura de cinco a sete metros ao fazer slide no Regimento da Serra do Pilar

O caso remonta a 20 de maio de 2011 quando Ana Rita Lucas, de 18 anos, caiu de uma altura de cinco a sete metros ao fazer slide no Regimento da Serra do Pilar, no âmbito das atividades do Dia da Defesa Nacional, acabando por morrer nesse dia no hospital.

Os dois soldados implicados na morte de uma jovem no quartel de Gaia durante uma atividade radical em 2011 alegaram hoje em julgamento não terem tido qualquer formação para a montagem e verificação do equipamento usado.

Os dois soldados, que prestaram declarações durante a tarde de hoje no Tribunal de Gaia, também referiram que estavam limitados na sua atuação pela supervisão de um superior e que seria esse o responsável pela verificação das condições de segurança do equipamento.

“Tudo era feito com a ordem do graduado que estivesse naquele dia. Se não estivesse um graduado, não se podia fazer nada”, afirmou perante o tribunal um dos soldados acusados, reiterando que “não se fazia nada sem um graduado presente”.

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Após a investigação e um primeiro relatório feito pela Faculdade de Engenharia, o Ministério Público acusou os quatro militares (um sargento, um primeiro cabo e dois soldados) envolvidos na montagem e vigilância do equipamento pelo crime de homicídio por negligência grosseira (punido com pena de prisão até cinco anos), considerando que a queda ocorreu por "falta de cuidado".

O sargento foi ouvido pelo tribunal na parte da manhã e afirmou diversas vezes não ter sido responsável pela montagem do cabo de aço do slide, garantindo que, visto a olho nu, o equipamento estava em “excelentes condições”.

Um dos soldados, responsável pela secção da educação física e sem formação em slide, disse durante a tarde ter participado na montagem do equipamento antes do início das atividades, a 02 de março, sendo então supervisionado por dois superiores que não estão a ser julgados.

O arguido disse várias vezes não ser o responsável pela verificação das condições de segurança do equipamento montado e que esse papel cabia ao superior destacado nesse dia para acompanhar as atividades.

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Já o segundo soldado acusado, que no dia da atividade esteve responsável por auxiliar na travagem dos participantes da atividade, contou ter sido chamado a participar por um dos arguidos e que aquela nem era a sua área, uma vez que nos quatro anos enquanto militar se dedicou à jardinagem.

“Na tropa tem de se obedecer”, explicou o soldado, que disse ter-lhe sido explicado por um superior o que fazer quer para tensionar o cabo usado quer para fazer a travagem dos participantes.

O início do julgamento esteve agendado para 08 de abril de 2013, mas a falta de uma nova peritagem pedida por um dos arguidos levou ao seu adiamento ‘sine die'.

Realizado pelo Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial da UP, e conhecido no final de 2014, o último relatório pericial atribuiu o acidente à incorreta amarração de um cabo.

O julgamento prossegue terça-feira no tribunal de Gaia, estando já agendadas sessões para quarta-feira e para os dias 11, 12 e 13 de maio.

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