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Veterinária: cães usados em aulas para adopção

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Animais «não são utilizados em experiências», garante responsável pelo curso

O futuro dos cães que durante vários anos «ensinaram» os alunos de Medicina Veterinária preocupa os responsáveis deste curso do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), que esperam poder encontrar quem «os adopte e mime», escreve a Lusa.

«Os animais começam a ficar idosos e deixam de servir para o que têm feito nos últimos anos, mas preocupa-nos o seu futuro, pois gostávamos que ficassem em casa de alguém que os mime», afirmou esta terça-feira António Rocha, responsável pelo curso.

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Por essa razão, três dos 14 cães utilizados na aprendizagem dos alunos de Veterinária podem ser adoptados durante esta semana, numa iniciativa promovida pela Associação de Estudantes do ICBAS, no Porto.

Os animais, segundo frisou António Rocha, «não são utilizados em experiências», antes servem para os alunos «praticarem actos como auscultar a pulsação ou tirar a temperatura, além de serem também utilizados em aulas de fisiologia comparada».

Estes cães, todos da raça Beagle, são ainda utilizados para recolha de sémen nas aulas de reprodução, servindo ainda para os alunos praticarem a análise de ecografias.

«Esta é uma licenciatura ainda recente e, por isso, é a primeira vez que estamos a lidar com este problema, mas esperamos que sejam adoptados por quem goste deles», salientou o responsável pelo curso de Veterinária no ICBAS.

Acusação de maus tratos

A utilização dos cães nas aulas práticas do curso de Veterinária foi, no entanto, criticada pela presidente da Sociedade Protectora dos Animais (SPA), para quem «o manuseamento dos animais pelos alunos durante anos seguidos não deixa de ser maus-tratos».

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«Os maus-tratos não são apenas o sofrimento visível. Estes animais devem estar sob um grande stress», defendeu Ermelinda Martins.

«Um animal que leva uma vacina, quando regressa à clínica um ano depois vem com medo. Agora imagine-se um cão que leva injecções todos os dias, de uma série de pessoas diferentes», salientou.

Na perspectiva da presidente da SPA, os alunos do curso de Veterinária «não deviam trabalhar com animais vivos», defendendo que isso deveria ocorrer apenas «no estágio que eles fazem depois de se formarem».

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