Já fez LIKE no TVI Notícias?

Eu, Carolina: «Escrevi o livro até à página 99»

Relacionados

«Outra pessoa com experiência de escrita» redigiu o resto, diz docente

A professora que assina o livro «Eu, Carolina» com a antiga companheira de Pinto da Costa reiterou esta tarde em tribunal que apenas redigiu a obra «até à página 99», isto é, «até à entrada de José Mourinho» como treinador do FCP. «A partir daí, não fui que o escrevi».

Maria Fernanda de Freitas, que prestava declarações na fase instrutória do processo Beira-Mar/FCP em que Pinto da Costa está acusado por um crime de corrupção desportiva activa, explicou que nada sabe sobre os pagamentos aos árbitros desconhecendo quem escreveu o último terço do livro.

PUB

Questionada pela juíza Anabela Tenreiro sobre os antecedentes do livro, a professora recordou as dificuldades financeiras que Carolina atravessou após a separação de Pinto da Costa, atribuindo a ideia do livro à ex-companheira do presidente portista.

«A menina é que me podia escrever o livro já que é professora de português», ter-lhe-á dito Carolina. As duas amigas lançaram mãos à obra em Agosto de 2006, com Maria Fernanda a recolher o depoimento organizado de forma cronológica.

Outra pessoa «com experiência de escrita» redigiu o fim do livro

«A ideia era contar o antes o durante e após relação com o senhor Pinto da Costa», relatou a docente, acrescentando que no dia «25 ou 26 de Outubro «Carolina disse que a editora impunha que o livro estivesse completo no dia 31 de Outubro, para poder estar nos escaparates em Dezembro».

«Faltava-me ainda a última parte, o pós Pinto da Costa e era uma tarefa completamente inviável». Nessa altura Carolina ter-lhe-á dito que «tinha arranjado uma pessoa que já tinha experiência de escrita e que podia levar a tarefa a bom porto». Quem é essa pessoa?, quis saber a juíza, ao que a testemunha respondeu: «Não sei».

PUB

«Falaram-lhe sobre os pagamentos aos árbitros?, questionou ainda Anabela Tenreiro, ao que a professora ripostou: «Nada. Essa parte não me foi minimamente relatada», acrescentando que as conversas com Carolina «era mais do foro íntimo».

A cómoda da polémica

Questionada pela juíza sobre a polémica da cómoda de onde Carolina afirma ter sido retirado o dinheiro que Pinto da Costa usou para pagar os favores do árbitro Augusto Duarte, a testemunha explicou ter visto a referida peça de mobiliário na casa da Rua Clube dos Caçadores e não na residência, na Madalena, onde terá ocorrido o suborno.

A testemunha recordou, por outro lado, que «ela (Carolina) contava que a cómoda estava cheia de notas»

Durante a elaboração do livro, Fernanda Freitas recorda-se que Carolina se apoiava em fotografias, num livro do Porto, bem como na compilação das revistas dos Super Dragões».

Carolina «não assumiu compromisso verbal»

Questionada sobre se mantinha relacionamento de amizade com Carolina Salgado, a testemunha respondeu que «não». «A dona Carolina deixou de responder às minhas mensagens e de atender os meus telefonemas», referiu, acrescentando que tal ocorreu «após as (minhas) declarações no DIAP» em que apresentou uma versão contraditória com a de Carolina no que respeita à elaboração do livro.

Apesar de tudo, a única razão de queixa em relação à antiga companheira de Pinto da Costa prende-se com o facto de esta ter falhado «um acordo verbal» que existia entre as duas. «Ela dava-me 30 por cento dos lucros que recebesse e não assumiu os compromissos que tinha estabelecido». Mais adiante, quando a juíza quis saber se a professora tinha lido o livro na íntegra, a docente respondeu: «Sim li, mas tive de o comprar».

Apesar de ter conhecido Carolina enquanto esta vivia com Pinto da Costa e de ter chegado a privar com o casal designadamente quando passou uns dias na casa do presidente portista, em Vila Nova de Cerveira, a professora afirma que a relação de amizade se estabeleceu com Carolina e que, de resto, ficou reforçada após a separação, numa altura em que Carolina estava «extremamente deprimida».

PUB

Relacionados

Últimas