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Um familiar da vítima portuguesa do ataque de sexta-feira num hotel tunisino vai viajar para aquele país do norte de África com amostras de ADN, de forma a possibilitar a trasladação do corpo para Portugal ainda esta semana.
Maria da Glória Moreira tinha 76 anos, era uma professora reformada de Vila Nova de Gaia e tinha decidido viajar para o local onde já tinha estado de férias com o marido, entretanto falecido.
"Desde o primeiro momento em que começámos a ver que alguma coisa teria acontecido à minha sogra, preparámos logo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros e com a embaixada [portuguesa] local quais seriam os procedimentos em cada um dos cenários. E o que nos foi explicado foi que, em situação de tragédia fatal, seria desejável que um membro da família se deslocasse lá com comprovantes de ADN para se poder fazer a trasladação do corpo", revelou à agência Lusa Luís Beires Fernandes, genro da vítima.
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"Nesse sentido, a partir do momento em que a notícia do falecimento da minha sogra foi confirmada, ficámos a aguardar que nos dessem as instruções relativamente a essa viagem".
"A embaixada explicou-nos que tal deveria ser tratado pela agência de viagens ou pela sua seguradora e, de facto, foi o que aconteceu. A agência preparou tudo mas, na prática, foi a operadora de seguros que realizou as reservas e que preparou tudo".
O genro da única portuguesa que foi vítima do ataque perpetrado na sexta-feira por um homem armado na estância turística de Sousse, na Tunísia, que provocou no total 38 mortos, admitiu a surpresa e o sofrimento que a família sente com esta fatalidade.
"Além de todo o choque que uma situação tão drástica e tão violenta causa, torna-se quase irónico, tendo em conta que a minha sogra estava a recuperar de uma viuvez relativamente recente, e que estava a reaprender a viver - esta era a primeira viagem que ela fazia sozinha -, e tinha ido para um destino que lhe agradava particularmente, onde tinha boas recordações de ter estado com o meu sogro, portanto, acaba por ser uma ironia ainda maior e uma dor adicional que as coisas tenham acontecido desta maneira".
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Questionado sobre a forma como a família descobriu o que tinha acontecido com a vítima, que tinha 76 anos, o genro revelou os passos dados até à confirmação do óbito da sua sogra.
"Fomos nós, por acaso até através de um amigo que muito diligentemente foi imediatamente à agência de viagens e confirmou a informação do hotel e a partir daí, sempre em contacto muito estreito connosco, tivemos a tentar saber as circunstâncias da situação, o que é que tinha acontecido aos hóspedes, quer aos afetados, quer aos não afetados, e estivemos, tanto por contacto telefónico como por contacto por 'email', à procura de informações e, na verdade, fomos sempre nós a informar as autoridades. Nós fomos sempre mais rápidos do que as autoridades na obtenção de informações".
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