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Câmaras: trabalhar 35 horas é estar a violar a lei

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Governo insiste que autarquias têm de trabalhar 40 horas por semana, até que haja acordo em sentido contrário e que ele seja publicado em Diário da República. Negociações ainda estão a decorrer

António Amaro Leitão adiantou que poderá haver acordos para manter as 35 horas em municípios em que seja necessário «respeitar a racionalidade económica». «Isso implica tomar em consideração se a autarquia está em equilíbrio financeiro ou não está, se o acordo que se pretende vai causar um aumento ou não dos custos e da massa salarial, se há ganho de eficiência ou não», explicou.

Mesmo que venha a existir um acordo excecional, negociado e assinado, as câmaras municipais vão ter de esperar para voltar a aplicar o horário de 35 horas semanais. Só quando houver publicação em Diário da República ((DR), é que poderão acabar com as 40 horas de trabalho por semana. Caso o estejam já a fazer, estão a violar a lei, advertiu o Governo, este sábado.
«Até que haja um acordo não apenas assinado e negociado, mas publicado em Diário da República, as autarquias têm de obrigatoriamente cumprir as regras que estão na lei e são conhecidas», afirmou o secretário de Estado da Administração Local, à agência Lusa, à entrada para uma reunião da distrital do PSD/Oeste, que decorre no Cadaval.

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Mesmo nesses casos de exceção, as autarquias terão de adotar as 40 horas até à publicação do acordo das 35 em Diário da República.

Na sexta-feira, o Ministério das Finanças já tinha anunciado que vai negociar os Acordos Coletivos de Entidade Empregadora (ACEEP) com as autarquias, de acordo com um parecer pedido à Procuradoria-geral da República (PGR) sobre a aplicação das 35 horas de trabalho semanais.

Recorde-se que o Tribunal Constitucional (TC) decidiu em novembro, por sete votos contra seis (incluindo o voto contra do presidente, Joaquim de Sousa Ribeiro), não declarar a inconstitucionalidade das normas do aumento do horário de trabalho na Função Pública das 35 para as 40 horas semanais.

No entanto, o acórdão do TC deixou em aberto a possibilidade de as câmaras decidirem, cada uma por si, manter os horários de 35 horas através de negociação de acordos coletivos de trabalho com os sindicatos.

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No entanto, estes acordos deveriam ser homologados para publicação pelo secretário de Estado da Administração Pública, o que não aconteceu porque o Governo manifestou dúvidas em relação ao seu papel nestas negociações, por isso pediu parecer à PGR.

Está aberto o caminho para algumas câmaras municipais voltarem a ter um horário mais reduzido, mas não para já, porque as negociações ainda estão a decorrer.

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