Francisco Guerra foi uma das testemunhas-chave do processo Casa Pia. Esta quarta-feira, em resposta às novas revelações de Carlos Silvino, manifestou-se revoltado.
«Sinto uma imensa revolta, mas já estava à espera. Tudo o que puderem utilizar para destruírem o processo vai ser feito», disse, em entrevista no «Jornal da Uma» da TVI, acrescentando que, no fundo, já nada o choca.
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PGR vai analisar declarações de «Bibi»
«Aquilo que o Carlos Silvino disse em tribunal, que pediu desculpa, é o que conheço. Este não é o Carlos Silvino», frisou, considerando que «as pessoas não são burras» e «conseguem perceber» o que se está a passar. «Não sei se ele recebeu dinheiro, mas indicações tenho a certeza que recebeu», vincou.
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Guerra também refuta as acusações de que as autoridades teriam espancado as crianças abusadas para retirar confissões: «Em oito anos de processo conheci inspectores da PJ que tiveram um trabalho notável, dedicando as suas vidas pessoais e profissionais a este processo. Nunca fui obrigado e nunca fui agredido pela PJ, nem eu nem nenhum colega meu. Nunca menti. Nunca fui pressionado, nem na PJ, nem em nenhum sector da justiça».
«Bibi» confirmou acusações em entrevista à TVI, em 2006
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Assegurando que esta entrevista não o vai desmotivar, diz não ter recebido qualquer ameaça, mas sim «milhares de mensagens de apoio», o que o deixou «sensibilizado».
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Após a entrevista de Carlos Silvino, Francisco Guerra já falou com «dois ou três colegas», que «estão muito perturbados». «Não é fácil ligarmos a televisão, vermos uma pessoa que nos fez mal, dizer que foi tudo mentira», confessou. Ainda assim, continua a «acreditar na justiças e nas pessoas», por isso «não vai descredibilizar o processo».
«Quando vi a entrevista fiquei revoltado e indignado, mas ao mesmo tempo tenho a certeza que não era aquilo que o Carlos Silvino queria dizer», disse, não conseguindo comentar o facto de «Bibi» dizer que pretende processá-lo: «São declarações patéticas e que conseguiram desestabilizar alguns de nós».
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No final, ainda muito fica por esclarecer. «Ele nunca disse tudo e há muito para dizer. Ele deve dizer que está arrependido e contar a verdade às pessoas. Era a única coisa que ele poderia fazer neste momento», frisou.
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