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Porto: negócios de (in)segurança

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PSP detectou 100 seguranças ilegais, numa noite. Negócio é «muito lucrativo» e tem ramificações à «extorsão», às «ameaças» e até «à segurança do transporte de estupefacientes», diz comissário. «Autoridades têm que se mexer», desafia representante dos bares. Procuram-se culpados

A última operação da PSP em bares e discotecas da Área Metropolitana do Porto, realizada em meados de 2006, detectou «perto de uma centena de seguranças ilegais», adiantou ao PortugalDiário, o responsável da Divisão de Investigação Criminal da PSP Porto, Rui Mendes.

O número ilustrava bem a dimensão do problema, mas «só há quatro meses atrás começaram a surgir fenómenos de maior violência, associados a este tipo de segurança», refere a mesma fonte. [Confira a cronologia das mortes dos últimos meses]

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As vítimas estão ligadas à segurança nocturna e a polícia acredita que os agressores também. Mais: «Algumas pessoas estão sinalizadas por crimes de posse de arma, extorsão e ameaças», exemplifica ainda o comissário da PSP.

Não chegam a uma dezena o número de grupos de segurança ilegais detectados, mas a PSP acredita que o negócio «é muito lucrativo» já que se estende para lá da mera segurança: «Muitos dedicam-se também à extorsão, às ameaças e até à segurança no transporte de estupefacientes, sobretudo quando estamos a falar de grandes carregamentos», explica Rui Mendes.

Muitas vezes, as fiscalizações não dão os resultados desejados «especialmente quando os seguranças estão dentro dos espaços como meros clientes, apenas intervindo quando há necessidade disso».

A segurança privada não é inimiga da PSP, «bem pelo contrário, até podem auxiliar porque nós não podemos estar em todo o lado», refere Rui Mendes.

«Só quando todas as entidades se juntarem e estiverem na disposição de trabalhar em conjunto é que se conseguirá fazer qualquer coisa», assegura. Às casas de diversão nocturna caberá «não contratar seguranças ilegais», adverte.

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«Empresas» e «equipas» de segurança

Há «empresas de segurança» e «equipas de segurança». As primeiras são criadas ao abrigo da lei e são licenciadas pelo Ministério da Administração Interna e têm de submeter-se aos cursos de formação. As segundas «são compostas por grupos que exercem ilegalmente a actividade», referiu ao PortugalDiário Álvaro Martins, da empresa «Segureza» que também faz segurança à noite do Porto.

Infelizmente a noite tem sido acompanhada por «equipas de segurança», que são, afinal, «grupos que exercem ilegalmente a actividade». E se a fiscalização «já foi muito pior» a segurança ilegal continua a grassar por todo o lado. Para este responsável, a sucessão de crimes na noite portuense não está directamente relacionada com a actividade de segurança. «A ser uma guerra, como se tem dito, não é seguramente uma guerra de segurança privada», refere sem especificar.

Contactado pelo PortugalDiário, o relações públicas da discoteca ACT, Cristiano Barros, referiu que a casa tenciona abrir «na sexta-feira», após um período de férias.

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Apanhado de surpresa pelo assassinato de Aurélio Palha, proprietário da vizinha discoteca «Chic», este antigo colaborador do patrão da noite portuense, não admite um ajuste de contas com seguranças até porque «ele (Aurélio) estava afastado da segurança há muitos anos».

«As autoridades têm que se mexer

O comissário Rui Mendes garante que «a PSP vai, dentro das suas possibilidades, aumentar a segurança policial» nos espaços de diversão nocturna, mas lembra que a investigação do homicídio de Aurélio Palha e de outros crimes violentos está a cargo da Polícia Judiciáia.

Por seu lado, o presidente da Associação dos Bares da Zona Histórica do Porto, António Fonseca, lança o repto às autoridades. «As autoridades têm que se mexer e apresentar resultados o mais rapidamente possível», remata.

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