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Fenprof tece duras críticas ao encerramento de escolas

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Para os sindicalistas, o fecho dos estabelecimentos de ensino vai levar a uma «forte quebra de qualidade do ensino» e ao aumento do desemprego

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) considera que o encerramento de escolas, decidido esta terça-feira em Conselho de Ministros, vai provocar uma «forte quebra de qualidade do ensino», mais desemprego e «grandes sacrifícios para os alunos».

Em comunicado, o secretariado nacional da Fenprof entende que as medidas anunciadas servem um único objectivo: «Poupar na educação».

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Em causa está a resolução de reordenamento da rede escolar, aprovada em Conselho de Ministros, que define o encerramento das escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico com menos de 20 alunos.

Para a Fenprof, o Governo «decide agora resolver os problemas de liquidez financeira do país à custa das crianças e das populações mais desfavorecidas».

Segundo o sindicado, esta medida vai deixar «inúmeros concelhos do país reduzidos à expressão mínima de uma ou duas escolas».

«Os custos com deslocações ficarão por conta de municípios endividados, os custos sociais serão pagos pelas populações e os custos educativos estarão por conta das crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos», alerta o sindicato.

No comunicado, a Fenprof fala ainda de «notícias, um pouco por todo o país, dando conta de reuniões realizadas com directores de escola para informar que o ME irá avançar com uma reestruturação da rede escolar, fundindo agrupamentos, extinguindo outros e integrando as escolas secundárias em agrupamentos já constituídos».

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No comunicado, a Fenprof exige ser ouvida, admitindo já que «assumirá uma postura de grande crítica e exigência se tal vier a acontecer».

Fecho não pode ser cego»

Também a Federação Nacional de Educação (FNE) alertou para o perigo de o anunciado encerramento das escolas do 1.º ciclo com menos de 20 alunos ser feito de forma «cega» pondo em risco o interesse das crianças.

Em declarações à Lusa, Lucinda Manuela, da FNE, criticou a decisão tomada em Conselho de Ministros. «Não deve ser feito um encerramento de forma cega», alertou lembrando que ainda estão a decorrer as matrículas e transferências dos alunos e que «só a partir de Junho é que se saberá ao certo o número de escolas que vão encerrar».

Lucinda Manuela defendeu, também, que «uma escola de 20 alunos numa localidade será sempre diferente de uma outra» e, por isso, é preciso tomar as decisões «atendendo sempre àquilo que é o fundamental para as crianças».

CONFAP alerta para problemas com transportes

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A Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) também se pronunciou sobre o assunto. Os pais apelaram a uma apreciação caso a caso das escolas a encerrar, sublinhando que no interior do país percorrer 10 ou 15 quilómetros poderá implicar horas de transporte que sacrificam crianças e famílias.

«Apesar de o país se considerar bem dotado de infra-estruturas rodoviárias, nomeadamente auto-estradas, itinerários principais e complementares, a verdade é que há zonas no Norte e Centro onde deslocar crianças 10 ou 15 quilómetros é uma verdadeira tortura», afirmou.

«Em muitas situações são precisos tempos que na cidade nem sequer imaginamos, como horas ou uma hora de transporte para fazer meia dúzia de quilómetros porque os caminhos são maus e muitos alunos poderão passar a ser recolhidos com muitas horas de antecedência em relação ao início das actividades lectivas», sublinhou, acrescentando que o regresso a casa será mais tardio.

CNIPE preocupada

A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) também reagiu com preocupação ao anunciado fecho de escolas, considerando que há cada vez menos estabilidade na educação.

«Como pais aquilo que registamos é que quase todos os dias, ou de mês a mês, há novidades na Educação em Portugal», disse à Lusa Rui Martins, da direcção da CNIPE depois de anunciada a reorganização da rede escolar.

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