Já fez LIKE no TVI Notícias?

Conservatórios «têm estado entregues à sua sorte»

Relacionados

Ministra da Educação acusa instituição de Lisboa de lançar «alarmismo despropositado»

A ministra da Educação admitiu à agência Lusa que a formação de professores na área da música «falhou», e acusou o Conservatório de Lisboa de lançar um «alarmismo despropositado» e de faltar aos compromissos assumidos no âmbito da reforma do sector.

«Houve um sinal crítico de que tínhamos debilidades no sistema de ensino artístico na área da música quando foi necessário recrutar professores para o 1º ciclo. Não havia professores em número suficiente. Isso significa que o nosso país falhou na componente de formação de profissionais para o ensino. Falhámos na formação de professores na área da música», afirmou Maria de Lurdes Rodrigues.

PUB

Câmaras vão poder contratar professores

Ministério vai pintar todas as escolas do país

Em entrevista à agência Lusa, a titular da pasta da Educação sublinhou que mesmo que não houvesse outra razão, a reforma do ensino artístico e o alargamento do ensino especializado da música justificava-se pela necessidade de recrutar professores para fazer junto das escolas «um trabalho de maior profundidade e dimensão».

«Propusemos aos conservatórios que adoptassem o modelo de funcionamento semelhante ao das escolas profissionais, que privilegiassem o modelo de ensino integrado ou articulado, tendo o Ministério da Educação disponibilizado todo o apoio para o fazerem», explicou a ministra.

A responsável reconheceu que as escolas de música acolheram as propostas de forma muito diferente. O conservatório de Braga já funciona desta forma, o do Porto e Coimbra estão a trabalhar nesse sentido, de forma a terem como área principal de actividade a formação de profissionais.

PUB

«Isto traduz-se em ofertas formativas de nível básico e secundário de forma integrada, transformando-as em escolas completas. Tudo é oferecido a um aluno que entra de manhã e sai à noite», acrescentou.

No entanto, Maria de Lurdes Rodrigues diz que encontrou «resistência» na Escola de Música do Conservatório Nacional, acusando a instituição de lançar «alarmismo despropositado e infundado».

«De repente há um único conservatório que decide criar o alarmismo, afirmando que para o ano já não há ensino supletivo, que já não há iniciação, que os professores vão ficar no desemprego... o alarmismo total, completamente despropositado. Não está escrito em lado nenhum qual é o prazo ou que já não vai haver iniciação ou regime supletivo», afirmou Maria de Lurdes Rodrigues.

Sublinhando que não foi definido nenhum prazo para esta reforma e que seriam salvaguardados «períodos de adaptação e modelos de transição», a responsável afirma que houve «uma quebra de compromisso».

«Há aqui uma quebra de compromisso por parte do Conservatório. Combina-se uma coisa numa reunião, que é a máxima atenção em relação aos pais e aos alunos para que as suas expectativas não tenham uma resposta negativa. Ficou combinado que as informações aos pais e aos alunos eram posteriores à definição desses modelos».

PUB

«O Conservatório de Lisboa está convencido que o trabalho que faz é o melhor do Mundo. Não têm a humildade de reconhecer que há aspectos que podiam e deviam ser melhorados. Foi apenas isso que lhes foi solicitado».

Na entrevista à Agência Lusa, Maria de Lurdes Rodrigues reconheceu que os conservatórios «têm estado entregues à sua sorte», mas que estas instituições foram fazendo «o que podiam e o melhor que sabiam».

No âmbito da reforma do ensino artístico especializado, o Governo quer generalizar a oferta às escolas básicas e secundárias, alargando o número de alunos com contacto com a música, com recurso aos cerca de cem estabelecimentos de ensino privado e particulares.

PUB

Relacionados

Últimas