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Diagnóstico cardíaco precoce previne morte súbita

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Equipa espanhola das áreas da cardiologia e da genética desenvolveram diagnóstico precoce para detectar mutações genéticas que causem doenças cardíacas

Uma equipa espanhola das áreas da cardiologia e da genética clínica e molecular desenvolveu um método de diagnóstico precoce do risco de morte súbita, que pode diminuir esta disfunção até 79 por cento em menores de 35 anos.

O presidente da Federação Portuguesa de Cardiologia, Manuel Carrageta, explicou à Lusa que os investigadores espanhóis «utilizam o estudo de ADN para detectar a presença de mutações genéticas que causem doenças cardíacas hereditárias» que podem provocar a morte súbita e que estão «presentes em jovens que muitas vezes praticam desporto».

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«A este estudo genético sofisticado os investigadores associam técnicas de imagem avançadas, como a ressonância magnética cardíaca e a tomografia axial computorizada multicortes, com o objectivo de optimizar a capacidade de diagnóstico e detectar precocemente a presença de doença cardíaca hereditária, como as miocardiopatias e as doenças do sistema eléctrico cardíaco», adiantou Manuel Carrageta.

De acordo com a agência EFE, o diagnóstico baseia-se na análise simultânea de 72 genes de doenças relacionadas com a morte súbita, como miocardiopatias e transtornos genéticos do ritmo cardíaco.

A análise da sequência genética é combinada com um estudo cardiológico por imagem, tendo como meta a avaliação do diagnóstico num prazo recorde de três meses.

Os especialistas da unidade de diagnóstico cardiológico avançado «Coração em ON» acreditam poder, assim, detectar o risco de morte súbita antes da manifestação dos primeiros sintomas.

A Fundação Grupo ERESA, direccionada em Espanha para a investigação médica e que patrocina o projecto, lembra que a esmagadora maioria dos casos de morte súbita se deve a uma doença cardíaca. Metade das patologias cardíacas é de origem genética e constituem 55 por cento dos casos de morte súbita em menores de 35 anos.

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Para os peritos, a detecção no doente de uma mutação genética permitir-lhes-á estabelecer medidas terapêuticas ou preventivas e irão permitem a «recomendação de mudanças do estilo de vida, nomeadamente deixar de praticar desporto, e fazer tratamentos preventivos», reforçou Manuel Carrageta.

A morte súbita corresponde a 20 por cento de todas as mortes nos países desenvolvidos, com uma incidência de cerca de uma em 1000 habitantes por ano. Em Portugal, a morte súbita mata mais de 20 pessoas por dia.

Dois terços das situações são provocadas pela doença coronária, sendo que a morte súbita contribui para a mortalidade dos doentes coronários em mais de 50 por cento dos casos, segundo dados da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

O mecanismo principal é uma arritmia fatal, denominada fibrilhação ventricular, que ocorre em 75 a 80 por cento dos casos e que é também frequentemente a primeira manifestação de doença cardíaca. Esta arritmia leva à morte em poucos minutos se não for tratada de imediato.

A morte súbita é ainda responsável por 95 por cento da mortalidade pré-hospitalar das doenças cardíacas e a única forma que existe para a reverter é através da aplicação imediata de um choque eléctrico, a desfibrilhação eléctrica.

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