(ACTUALIZADA ÀS 13:47)
O vogal do conselho de administração da EDP Imobiliária, Domingos da Paiva Nunes, ficou suspenso de funções, obrigado a prestar uma caução de 25 mil euros no prazo de dez dias, bem como proibido de contactar com os restantes arguidos do processo «Face Oculta» ou de se ausentar para o estrangeiro sem a autorização do tribunal.
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As medidas de coacção foram comunicadas aos jornalistas pelo advogado do arguido, Castanheira Neves que, deliberadamente, não quis revelar os crimes pelos quais o arguido está indiciado.
Recorde-se que o arguido já tinha tomado a iniciativa de suspender funções, na sequência da operação «Face Oculta».
Domingos Paiva Nunes começou a ser ouvido pelo juiz de Instrução na passada terça-feira. O interrogatório foi interrompido nesse dia e prolongou-se por sexta-feira.
Segundo a investigação, o arguido terá recebido um carro topo de gama de Manuel José Godinho, principal suspeito deste processo, para o favorecer em negócios.
Ainda de acordo com a investigação, Paiva Nunes terá sido apresentado a Manuel Godinho pelo ex-ministro socialista Armando vara.
José e Paulo Penedos interrogados no JIC de Aveiro
O presidente da Rede Eléctrica Nacional (REN), José Penedos
encontra-se a ser ouvido pelo juiz de instrução criminal de Aveiro no âmbito do processo «Face Oculta». O arguido chegou às nove da manhã e saiu das instalações por volta das 12:50. O interrogatório prossegue durante a tarde.
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À entrada e à saída, Penedos, que se fazia acompanhar pelos advogados Galvão Teles e Rui Patrício, preferiu não prestar declarações à comunicação social.
Entretanto, pelas 13:30 chegou ao JIC de Aveiro o advogado Paulo Penedos, filho do presidente da REN. O arguido vinha acompanhado pelo seu advogado, Ricardo Sá Fernandes, e nenhum deles prestou declarações aos jornalistas.
Recorde-se que o presidente da REN chegou a solicitar a antecipação do depoimento, pedido indeferido pelo juiz de instrução criminal.
José e Paulo Penedos são suspeitos de integrarem a «rede tentacular» criada pelo empresário das sucatas, Manuel José Godinho, com vista a ser beneficiado nos contratos com empresas participadas pelo Estado, como é o caso da REN.
As vantagens poderiam ser de ordem patrimonial ou não patrimonial e visavam sempre o tráfico de influência junto de titulares de cargos governativos, políticos, com poder de decisão ou com acesso a informação privilegiada.
No caso de Paulo Penedos, o Ministério Público acredita que o arguido recebeu contrapartidas patrimoniais de, pelo menos, 270 mil euros, e não patrimoniais para interceder junto do seu pai, presidente da REN, no sentido de beneficiar as empresas de Godinho nos concursos e na adjudicação directa de contratos de prestação de serviços na área de recolha, transporte, armazenagem, triagem, tratamento e eliminação de resíduos produzidos pela REN.
A investigação acredita que José Penedos estava a par desta situação, que aceitava e até estimulava.
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