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Portugal não passa em teste «anti-suborno»

Organização de combate à corrupção considera que o país apresenta «pouca ou nenhuma implementação» de convenção da OCDE

Portugal integra o grupo de 21 países em que existe «pouca ou nenhuma implementação» da convenção anti-suborno da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), indica um novo relatório da Transparency International (TI).

Segundo a TI, organização internacional de combate à corrupção, os países onde a convenção tem «pouca ou nenhuma implementação», a par de Portugal, são a Austrália, Áustria, Brasil, Bulgária, Canadá, Chile, República Checa, Estónia, Grécia, Hungria, Irlanda, Israel, Luxemburgo, México, Nova Zelândia, Polónia, Eslováquia, África do Sul e Turquia.

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Segundo a Transparency International, o suborno pode significar um acréscimo de até 25% aos custos totais em aquisições governamentais.

O Banco Mundial afirma que o custo da corrupção é de um bilião de dólares por ano e que o dinheiro corrupto associado a subornos recebidos por funcionários públicos nos países em desenvolvimento ou em transição está entre os 20 e os 40 mil milhões de dólares por ano.

«Nos últimos anos, Portugal tem sido palco de investigações sobre alegadas práticas de corrupção e fraude por empresas estrangeiras», disse Luís de Sousa, presidente da Transparência e Integridade, Associação Cívica (TIAC), ponto de contacto nacional da Transparency International.

Luís de Sousa considerou que o aumento da corrupção e fraude retira qualidade à economia portuguesa e demonstra a «afirmação de uma classe dirigente que entende a política como uma oportunidade de negócio e enriquecimento pessoal e/ou partidário».

«Em dois dos casos mais mediáticos, o caso Freeport e o caso dos submarinos/Ferrostaal, a cooperação internacional tem demonstrado enormes fragilidades quer do ponto de vista da investigação criminal, quer no que concerne a vontade política para combater este tipo de criminalidade», afirmou, sublinhando: «não podemos continuar a tratar este tipo de infrações com multas irrisórias».

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Segundo o presidente da TIAC, «é importante que o país dê um sinal claro aos investidores estrangeiros de que o nosso mercado funciona com regras e quem for apanhado a prevaricar sofrerá as devidas consequências».

«Só deste modo poderá Portugal fazer face à crise em que se encontra», acrescentou Luís de Sousa.

O Relatório de Monitorização da Implementação da convenção da OCDE da TI mostra igualmente que, dos 37 países analisados, apenas sete contam com uma implementação activa e 9 com uma implementação moderada.

Em sete anos, esta foi a primeira vez em que não foi verificado progresso ao nível do número de países que implementam a proibição contra o suborno estrangeiro prevista na Convenção.

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