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Farmácia vende vacinas com desconto

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Abdicou do lucro e permite pagamento a prestações. Mas crédito é ilegal

Uma farmácia do Porto está a vender as vacinas contra o cancro do colo do útero com desconto e dá a possibilidade aos utentes de pagar a prestações, através de uma empresa de crédito ao consumo. A notícia foi divulgada pelas edições desta terça-feira do JN e do DN e está a levantar polémica já que a legislação portuguesa não permite que os medicamentos sejam adquiridos com o recurso ao crédito, nem sequer a prestações.

Desde Setembro que Carlos Almeida, director técnico e proprietário da Farmácia de Santa Catarina, está a vender a primeira vacina a entrar no mercado a preço de fábrica, abdicando da margem de lucro. Cada dose custa 130 euros, em vez dos 160,45 euros marcados na embalagem. Quando, este mês, surgiu a segunda vacina no mercado, em vez de cobrar os 144,41 euros, decidiu abdicar de uma parte da margem de lucro e equiparar o preço à anterior: 130 euros por dose.

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Contactado pelo PortugalDiário, o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) afirmou que está a analisar a prática concreta da farmácia no que diz respeito ao crédito e só depois fará uma eventual declaração sobre o assunto. No que diz respeito ao desconto, fonte do Infarmed afirmou que a legislação já permite esta prática, desde que entre no valor da comparticipação do Estado, o que não está em causa dado que estas vacinas não beneficiam de comparticipação.

O farmacêutico explicou ao DN que o principal objectivo é «ajudar as pessoas mais desfavorecidas» que, «de outra forma, não teriam acesso» à vacina que protege contra o vírus na origem do cancro no colo do útero, o Papiloma Vírus Humano (HPV). Para ficar protegida contra o cancro do colo do útero, cada mulher deve tomar três doses da vacina, uma dois meses depois da primeira e outra quatro meses após tomar a segunda dose. Carlos Almeida conta que há muitas pessoas que entravam na farmácia e, ao saber do preço da vacina, acabavam por não a poder comprar.

O proprietário da farmácia admite que, mesmo nestas condições, o valor total das três doses da vacina (390 euros) é «impeditivo para muitas famílias». Por isso, a Farmácia de Santa Catarina decidiu associar-se a uma empresa de crédito ao consumo, que possibilita a concessão de crédito a seis ou 12 meses a todos os que quiserem adquirir o medicamento ¿ e permite comprá-lo logo na hora. O responsável não sabia que era ilegal e disse ao DN que apenas disponibiliza os impressos, cabendo depois às pessoas tratar pessoalmente do crédito.

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