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Casa Pia: sentença a 9 de Julho

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Todos os arguidos voltaram a reclamar inocência

Última actualização às 14:32

A data da leitura do acórdão da sentença do processo Casa Pia foi marcada, esta sexta-feira, para o dia 9 de Julho, durante a sessão nº 456 do julgamento.

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Na audiência de hoje, todos os arguidos voltaram a falar e a reclamar inocência em tribunal. Com excepção de Carlos Silvino (Bibi), que assumiu a maioria dos crimes pelos quais está acusado. Mesmo assim, há três jovens que o acusam e que este garante que «nunca lhes tocou».

Silvino afirmou ainda que «não é homossexual e não é pedófilo» mas admitiu ter-se «descaído com alguns rapazes» e ter-lhes feito «a vontade». Acrescentou também que teve «relações com mulheres mais velhas, já depois de ter 18 anos, até ao início do processo».

Políticos envolvidos «em droga»

Carlos Silvino foi o primeiro a falar durante a audiência de julgamento, mas além da marcação da leitura do acórdão, as declarações mais polémicas foram proferidas pelo médico Ferreira Diniz.

O arguido indicado como o «médico do Ferrari», pelas testemunhas e vítimas, revelou que tinha sido envolvido no processo «por saber muito sobre políticos, magistrados, pessoas influentes, jornalistas e até donos de órgãos de comunicação social envolvidos em consumos de drogas».

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«Um dos maiores dealers de cocaína de Portugal era meu paciente e contou-me muita coisa. Eu era um alvo a abater e foi o próprio que me disse. Quatro dias antes de sair a primeira notícia a referir o meu nome ele avisou-me», afirmou.

Ferreira Diniz acrescentou ainda que, apesar de ter sido chamado a tribunal como testemunha, o «seu paciente está em parte incerta», fugiu do país, «ajudado por quem dirigia e dirige um partido político em Portugal».

A sua declaração final em tribunal levou mesmo o advogado de «Bibi», José Maria Martins a pedir que fosse retirada uma certidão das revelações e enviada para a Procuradoria-geral da República, já que a serem verdadeiras, ou seja, que «um dirigente político ajudou um traficante a fugir», constituem «crime».

Absolvição

Um a um, os arguidos foram chamados e questionados pelo colectivo de juízes se queriam acrescentar alguma coisa em sua defesa. Todos falaram e todos se disseram inocentes.

Manuel Abrantes, ex-provedor, lamentou a infância complicada a que estes «moços» foram sujeitos, mas defendeu que «o azar que tiveram na vida não lhes dá o direito de desgraçar a minha». «Espero que o tribunal me absolva, porque só posso ser absolvido».

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O ex-embaixador Jorge Ritto garantiu que «não cometeu nenhum dos crimes» que lhe são imputados, tal como Hugo Marçal reafirmou que «não conhece» a sua co-arguida Gertrudes Nunes, apesar de ambos viverem em Elvas e que nunca entrou na sua casa.

A proprietária da vivenda onde alegadamente ocorreram os actos sexuais foi a última a falar e não conteve as lágrimas enquanto dizia «ser inocente».

«Juro que estou inocente»

Carlos Cruz, o mais mediático dos arguidos, pediu ao tribunal para ler um texto que trazia escrito e no qual voltou a pedir «absolvição, completa e absoluta».

Nas primeiras palavras e «por não ter cometido qualquer crime» disse que não pediria «clemência». Apelou depois «à consciência, reflexão, racionalidade e análise serena» por parte dos magistrados na decisão final.

No final da sessão, o seu advogado, Sá Fernandes considerou que se «fecha o ciclo do julgamento», mas o processo «não ficará por aqui».

«A justiça possível»

Já à saída do tribunal, Miguel Matias, o advogado que representa a Casa Pia e as testemunhas disse acreditar que será «feita a justiça possível» e reconheceu que os alunos e ex-alunos da instituição estão «mais ansiosos do que nunca».

Quanto à possibilidade destes estarem presentes na leitura do acórdão, afirmou que os vai contactar para saber se querem ou não estar presentes na leitura da sentença.

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