Centenas de militares reuniram-se hoje, no Rossio, em Lisboa, para um encontro de protesto contra medidas do Governo com os cortes na assistência à doença, mas a esmagadora maioria deixou a farda em casa, noticia a Lusa.
Ao contrário do que aconteceu há um ano, em que participaram militares no activo fardados, originando cerca de 20 processos disciplinares, dos poucos que se manifestaram com farda eram militares na reforma - não abrangidos pelo disposto no regulamento de disciplina.
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Pouco depois do início do encontro, ao som da canção «A morte saiu à rua», de Zeca Afonso, que saía de uma aparelhagem, Fernandes Torres calculava em «mais ou menos mil» os militares presentes, corrigindo esse número uma hora mais tarde para os 600.
«Se tem menos pessoas do que no ano passado é o menos importante. O importante é estarem aqui muitos militares no activo, apesar das pressões das chefias», afirmou à Lusa Fernandes Torres.
Há um ano, o protesto de 23 de Novembro, no Rossio, em Lisboa, organizado por uma comissão «ad hoc», teve a participação de centenas de militares na reforma, alguns no activo, parte deles participaram fardados e foi proibida pelo Governo Civil.
No total, 16 militares (dez da Força Aérea e seis da Marinha) cumpriram, até agora, penas de detenção por terem participado no «passeio de descontentamento», considerado ilegal pelo Governo Civil de Lisboa e que as chefias militares afirmaram violar os regulamentos de disciplina.
Segundo os regulamentos disciplinares, os militares não podem manifestar-se, podendo ser alvo de processos accionados pelas chefias militares, o que veio acontecer, e levou o Governo a alterar a legislação neste capítulo, com legislação especial.
Este ano, a COMIL apelou aos militares no activo a «não participarem fardados» no encontro - o que em 2006 motivou 20 processos disciplinares - e comunicou ao Governo Civil de Lisboa a realização do protesto.
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