(ACTUALIZADA ÀS 19:15HORAS)
O último adulto a ver Rui Pedro, o jovem desaparecido de Lousada há quase dez anos, foi constituído arguido em 1998, adiantou ao PortugalDiário fonte da PJ.
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A mesma fonte acrescentou que o suspeito, Afonso Dias, além de negar o envolvimento no caso, mantém a mesma versão dos factos: disse que convidou o menor para sair com ele e que este foi pedir autorização à mãe, regressando depois a dizer que não podia porque a progenitora não autorizara.
Filomena Gonçalves confirma que não autorizou o filho a «passear de carro» com o Afonso, rapaz que conhecia de há vários anos. «O meu marido não gostava que o Rui Pedro se desse com ele porque, além de mais velho, já fumava», explicou ao PortugalDiário.
Fonte oficial do Departamento Central de Investigação e Acção Penal confirmou que «há um arguido e que foi ouvido como tal em Junho de 1999», acrescentando que o processo continua em segredo de justiça.
Outra fonte do Ministério Público acrescentou que o DCIAP «está a aguardar a resposta a uma carta rogatória enviada para um país estrangeiro» e que têm sido feitas «várias diligências nos últimos tempos».
Ao longo dos anos as autoridades não recolheram indícios suficientes para conduzir a uma acusação.
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Afonso tinha 21 anos na altura do desaparecimento. Actualmente tem 30 anos, reside em Freamunde, é casado e tem um filho, trabalhando como motorista de longo curso.
O processo está a ser investigado no DCIAP desde há vários anos por decisão do então Procurador-Geral da República, Cunha Rodrigues.
«Há uma nova linha de investigação»
Ouvido pelo PortugalDiário o advogado Ricardo Sá Fernandes, que representa os pais de Rui Pedro, referiu, sem concretizar, que «há uma nova linha de investigação a ser seguida desde há dois anos». E acrescentou: «Sabemos que o processo não está parado, há diligências todos os dias, temo-nos mantido calados e atentos a ver o que dá esta investigação», concluiu.
Filomena Teixeira, mãe do jovem desaparecido, refere que Afonso Dias é «desde o início», a pessoa «de quem nós (família) suspeitamos».
A TVI noticiou ontem que Afonso foi constituído arguido e que é suspeito de ter entregue o menor para uma possível rede de tráfico de crianças para exploração sexual. Além disso, acrescentou que a PJ admite ainda um cenário de acidente e posterior ocultação do corpo.
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«Estou totalmente inocente»
Afonso Dias garantiu em declarações à «Lusa» que está «totalmente inocente», acrescentando não ter recebido qualquer intimação policial ou judicial para depor no âmbito do processo.
«A última vez que fui abordado sobre o caso aconteceu há três anos, quando um inspector da Polícia Judiciária me perguntou se teria algo mais a dizer, com vista ao encerramento do processo», garantiu.
«Estou totalmente inocente. Nada tenho a ver com o desaparecimento do Rui Pedro. Não têm nenhuma prova contra mim», referiu o camionista, acrescentando que se fosse culpado «tinha fugido».
«Mas não, continuo a trabalhar honestamente, para pagar as minhas despesas. E quanto ao Rui Pedro, o que mais desejo é que apareça», sublinhou.
«Nunca neguei que estive com o Rui Pedro. Mas a partir daí, nunca mais o vi, nem imagino o que lhe tenha acontecido», referiu à Lusa.
Afonso está «indignado» com o mediatismo a que está sujeito e garante que vai processar a mãe de Rui Pedro, que o terá acusado publicamente de envolvimento em pedofilia. O Ministério Público «também vai pagar o que estar a fazer sem ter provas», referiu sem especificar.
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Família criou Site
Recorde-se que a família de Rui Pedro lançou em Maio último um Site com fotos e toda a história do rapto do filho na esperança de ainda o poder encontrar.
Rui Pedro é uma das sete crianças portuguesas desaparecidas, nos últimos anos, e foi visto pela última vez a 4 de Março de 1998 em Lousada, quando tinha 11 anos.
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