Os nomes dos informadores da antiga polícia política deveriam ser tornados públicos, defendeu Irene Flunser Pimentel, no lançamento do seu livro a «História da PIDE», informa a agência Lusa.
Esta investigação «não é a história da PIDE mas sim uma história da PIDE, pois muitas outras existirão e este não é um produto acabado», como fez questão de realçar a autora.
PUB
Baseada nos arquivos da PIDE/DGS, que se encontram guardados na Torre do Tombo, a autora pretendeu dar a conhecer a organização e a forma de actuação da PIDE, a forma como era feita a selecção dos informadores e os efeitos que teve na sociedade da época, comparando-a com as outras polícias políticas que existiram, ao longo da História, nos vários sistemas autoritários.
Uma das conclusões a que chegou Irene Pimentel foi que «a PIDE/DGS matou menos do que as outras polícias políticas». Contudo, faz questão de alertar que esta comparação serve apenas para analisar números, não sendo seu objectivo «branquear a história da PIDE».
«Eu não considero que a PIDE matou pouco, nada pagará as vidas que se perderam, mas acho que referir tudo o que se passou já é mais do que suficiente», referiu Irene Pimentel, acrescentando que a sua intenção não foi a de vitimizar, mais ainda, os presos políticos, nem tão pouco aligeirar a actuação da PIDE.
Contudo, a autora mostra-se entusiasmada com o resultado final da investigação, referindo que «um dos aspectos mais interessantes foi perceber o número de candidatos a informadores que a PIDE recusou, pois existiam até padres de 72 anos candidatos».
Apesar do entusiasmo, Irene Pimental fez também questão de mostrar a sua indignação quanto ao anonimato sobre a identidade dos informadores, que ainda hoje se mantém e que não se sabe se algum dia acabará: «Acho que 30 anos depois, os nomes dos informadores deveriam ser públicos, pois assim nem consegui perceber com quantos informadores contava a PIDE».
PUB