Os doentes com HIV há meses que estão a receber informações sobre os riscos da gripe A para a sua condição, mas a grande preocupação dos profissionais de saúde diz respeito aos seropositivos que desconhecem estar infectados, avança a agência «Lusa».
Segundo o coordenador nacional para a infecção HIV/sida, os doentes seropositivos estão, há cerca de dois meses, a receber informação sobre a gripe A e os cuidados que devem ter para evitar contágios com um vírus H1N1, que pode agravar a sua doença.
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Em declarações à agência «Lusa», Henrique Barros pormenorizou que estas informações estão a ser dadas aos doentes nos hospitais em que os mesmos são seguidos.
Milhares de portugueses têm sida sem saber
O médico Eugénio Teófilo, que presta esta consulta no Hospital dos Capuchos, explicou que o grande perigo do vírus H1N1 para os doentes imunodeprimidos deve-se ao facto de estes estarem mais expostos à infecção. O risco é maior quanto maiores forem os níveis da imunodepressão, a qual abre as portas à infecção e sujeita estes doentes às complicações mais graves do vírus da gripe A, que são as pneumonias.
Eugénio Teófilo considera ainda que os perigos da gripe A não se limitam à altura da pandemia, pois o conhecimento científico actual indica que «após a infecção, o organismo fica mais susceptível de infecções bacteriológicas».
Porém, Eugénio Teófilo está mais preocupado com os doentes que não sabem que estão infectados com HIV e que, por isso, não são seguidos clinicamente nem reforçam as precauções, ficando assim «mais expostos ao vírus». Segundo este médico, «são alguns milhares os portugueses que estão infectados com o HIV e que não sabem».
Os doentes seropositivos são considerados de risco e, por isso, prioritários no acesso aos medicamentos antivirais e às vacinas, assim que estas estiverem disponíveis em Portugal, disse Henrique Barros.
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