Já fez LIKE no TVI Notícias?

Desemprego pode levar ao suicídio

Relacionados

Principalmente de pessoas com depressão ou doenças psiquiátricas

Os especialistas consideram que factores socio-económicos como o desemprego ou a diminuição do poder de compra podem levar ao suicídio pessoas já fragilizadas, apesar de recusarem uma relação directa entre as crises económicas e o aumento do fenómeno.

Em declarações à Lusa, a médica Maria Manuela Correia, do Núcleo de Estudos do Suicídio do Hospital de Santa Maria (Lisboa), sublinhou que o suicídio é um fenómeno causado por múltiplos factores, sendo um dos principais as doenças psiquiátricas, mas que «não há uma tradução directa entre factores socio-económicos e o aumento do número de suicídios».

PUB

«Pensa-se que esses factores socio-económicos - como o desemprego, a diminuição do poder de compra, a carência de alimentos - poderão ter precipitado o suicídio, mas sempre em pessoas com outros factores de risco, nomeadamente as doenças psiquiátricas», afirmou.

A estatística em Portugal mostra dois picos de suicídio no século XX que correspondem a alturas socio-económicas «difíceis»: os anos 30 (após o crash da Bolsa de Nova Iorque) e no período pós II Guerra Mundial, quando houve grande emigração portuguesa nomeadamente para o Brasil, nos anos 50.

Em Portugal há regiões que tradicionalmente têm sempre taxas de suicídio mais elevadas devido a uma «multiplicidade de factores socio-económicos que agravam sempre uma eventual crise suicidária tendo em conta sempre factores próprios do individuo, como doenças psiquiátricas».

Entre as regiões com taxas mais elevadas está o Interior, sobretudo o Alentejo, «onde há uma preponderância muito grande de depressão associada também ao alcoolismo».

As autópsias psicológicas, procedimento que avalia a vivência da pessoa nos últimos dias ou semanas antes do suicídio, registam 90 por cento de casos de doenças psiquiátricas entre as pessoas que se suicidam.

Segundo Maria Manuela Correia, os países do mediterrâneo (Portugal, Espanha, Itália e Grécia) têm tido até agora valores mais baixos de suicídio devido também a «factores protectores», nomeadamente a relação com a religião.

PUB

Relacionados

Últimas