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Coimbra: ex-vereador diz que foi «condicionado»

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António Rochette disse que colega de vereação lhe pediu para não abordar ilegalidades de empreendimento

O ex-vereador socialista António Rochette disse esta quinta-feira em tribunal que o seu colega de vereação Luís Vilar (PS) lhe pediu uma vez para não abordar na Câmara de Coimbra as ilegalidades de um empreendimento imobiliário cujo promotor financiou o partido, escreve a Lusa.

Ouvido esta tarde no Tribunal Judicial de Coimbra, no julgamento de um processo em que são arguidos Luís Vilar (ex-líder concelhio do PS que foi vereador do Ambiente) e o empresário Domingos Névoa (dono da Bragaparques), António Rochette acusou o antigo presidente da Concelhia de ter tentado condicionar o livre exercício das suas funções enquanto membro do executivo.

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Domingos Névoa «emprestou» dinheiro a vereador amigo

Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Rochette disse que na época, no mandato autárquico 2001-2005, Luís Vilar o advertiu para não abordar a construção de um oitavo piso do empreendimento Jardins do Mondego, cujo promotor, o empresário Emídio Mendes, ofereceu em 2005 ao PS um donativo para a campanha em que Vítor Baptista defrontava o social-democrata Carlos Encarnação, como candidato à Câmara Municipal.

O empreendimento foi depois embargado e aquele oitavo piso, construído ilegalmente, acabou por ser demolido.

Segundo António Rochette, que depunha como testemunha, Luís Vilar determinou na altura que o colega vereador só falaria do assunto na reunião da Câmara se Jorge Gouveia Monteiro, então vereador da CDU, abordasse primeiro a questão, o que veio a verificar-se.

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O professor universitário disse que interviria sobre os Jardins do Mondego «de qual forma», apesar de Vilar lhe ter comunicado que «não deveria falar por questões de financiamento do partido».

«Foi Luís Vilar que lhe transmitiu isso?», perguntou a procuradora do Ministério Público, o que a testemunha confirmou.

Rochette salientou que, segundo Luís Vilar, «daquele empreendimento tinha havido financiamento» para o PS. «A partir de determinada altura, deixei de fazer perguntas e a agir de acordo com a minha consciência», declarou.

Luís Vilar responde neste processo por cinco crimes, sendo o mais grave o de corrupção passiva.

Mais estacionamento

A junção de dois lotes de terreno que permitiu à Bragaparques construir em Coimbra o estacionamento subterrâneo do Bota-Abaixo, com 900 lugares, visou colmatar «a falta de aparcamento automóvel» na Baixa, disse, o antigo presidente da Câmara Manuel Machado, esta quinta-feira, em tribunal.

«Esse era um objectivo importante», declarou Manuel Machado, ao recordar que em 2001, ano em que se recandidatou a um quarto mandato na Câmara, tendo sido derrotado pelo social-democrata Carlos Encarnação, a maioria socialista apostava na criação de estacionamentos públicos na Baixa.

Esta tese já tinha sido defendida por Luís Vilar no primeiro dia do julgamento, terça-feira, tendo o arguido realçado a necessidade de atrair desta forma as pessoas ao centro histórico para contrariar a sua desertificação.

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