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Cocaína mata mil pessoas por ano na Europa

Segundo o relatório anual do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), o consumo desta droga está a crescer

As mortes provocadas pelo uso de cocaína estão a aumentar na Europa, tal como o consumo em alguns países, segundo o relatório anual do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT) divulgado esta quarta-feira, em Lisboa.

O relatório refere que o número de mortes associadas ao consumo de cocaína se situa em mil por ano, mas no Reino Unido, por exemplo, o número subiu de 161 em 2003 para 325 em 2008.

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Uma análise mais aprofundada revela que «muitas mortes causadas pela cocaína podem nunca chegar ao conhecimento da polícia ou aos peritos da polícia científica devido à forma como se apresentam e ao perfil social das vítimas».

«Ainda há demasiados europeus que consideram o consumo de cocaína como um complemento relativamente inócuo de um estilo de vida bem sucedido», afirmou o director do OEDT, Wolfgang Götz, citado pela agência Lusa. Götz alerta que a cocaína pode provocar mortes «mesmo quando consumida ocasionalmente e em pequenas doses».

De acordo com o relatório, 14 milhões de europeus já consumiram cocaína, dois milhões no último mês. Em 2008, cerca de 70 mil europeus começaram tratamento por problemas de consumo de cocaína, quer em pó quer na forma crack, destinada a ser fumada.

Portugal está em 16.º lugar numa lista de 28 países - incluindo o Canadá e os Estados Unidos - com cerca de 1,2 por cento de utilizadores entre os 15 e os 34 anos.

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Outro factor de mortalidade entre os consumidores de cocaína tem a ver com os «agentes de corte» misturados com a droga para aumentar a rentabilidade, um dos quais - o levamisol - tem efeitos prejudiciais para a saúde quando consumido prolongadamente.

Tratamento de substituição

Mais de um milhão de consumidores de droga europeus recebem algum tipo de tratamento, mais de metade dos quais por problemas com heroína.

Para tratar os viciados em heroína, o procedimento mais comum é o tratamento de substituição, a que recorrem cerca de 670 mil pessoas, «cerca de metade dos consumidores problemáticos de opiáceos na Europa».

Apesar de o tratamento de substituição existir nos 27 países da União Europeia, a maneira como satisfaz as necessidades varia de país para país: o tempo de espera em Portugal, Itália, República Checa e Dinamarca é menos de um mês, mas em países como Bulgária, Polónia e Grécia, uma pessoa que precise de tratamento pode ter que esperar mais de um ano.

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Heroína: 1,35 milhões de consumidores

Em relação à heroína, os números apontam para «um problema globalmente estável ou em crescimento na Europa», com cerca de 1,35 milhões de consumidores problemáticos na União Europeia e na Noruega.

Mas há progressos em tratamentos para outras dependências, como o cannabis: o relatório aponta «abordagens inovadoras» na Alemanha, Holanda e Reino Unido, em que há serviços que prestam assistência pela Internet aos utilizadores problemáticos.

Para os consumidores de cocaína, ainda não há medicamentos de substituição com eficácia comprovada, mas o relatório indica que há mais de cem substâncias a serem ensaiadas actualmente.

Cultivo de cannabis está a crescer

O cultivo de cannabis em larga escala na Europa está a crescer e a atrair grupos do crime organizado que procuram controlar o mercado da droga que cerca de 75,5 milhões de europeus já experimentaram.

Um em cada cinco europeus dos 15 aos 64 anos já consumiu cannabis e no último ano estima-se que 23 milhões o tenham feito, quatro milhões dos quais com utilização diária.

Em 2008 foram apreendidas 92 toneladas de cannabis herbáceo - em forma de planta - e 900 toneladas de resina. Portugal registou nesse ano um número recorde de apreensões de resina de cannabis, com 61 toneladas.

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