A Federação Nacional da Educação (FNE) propôs esta quinta-feira o adiamento do início do processo de avaliação dos professores para o próximo ano lectivo e uma fase de teste até 31 de Agosto, para que as escolas «se preparem bem», escreve a Lusa.
«Entendemos que este processo de avaliação está a começar mal e que o que mal começa, mal acaba», declarou Lucinda Manuela, representante da FNE, no final de uma reunião com o Ministério da Educação sobre este tema.
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A federação de sindicatos «irá agora ver que medidas vai adoptar» para tentar que o processo de avaliação de desempenho dos docentes «seja implementado de modo diferente e para que os prazos não sejam os que o Ministério está a impor», afirmou.
Segundo a representante da FNE, «este ano, até ao final deste ano lectivo, a 31 de Agosto, as escolas deveriam preparar o processo de avaliação do ano que vem».
«O fundamental é que as escolas se preparem bem para que a 01 de Setembro de 2008 possam começar com este processo, com os avaliadores bem formados e com os avaliados bem conscientes daquilo a que têm que ser avaliados», salientou Lucinda Manuela.
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Antes da FNE, também os pequenos sindicatos independentes da educação foram hoje recebidos pela equipa do Ministério da Educação responsável pelas negociações sobre o processo de avaliação de desempenho dos docentes.
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«Não queremos avaliação por se chamar avaliação, queremos uma avaliação que seja rigorosa e que todos aqueles que estão dentro dela ou que possam estar dentro dela, obviamente, estejam bem apetrechados, uns para a fazerem, outros para a cumprirem», afirmou Manuel Rôlo Gonçalves, do Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (SPLIU).
Manuel Rôlo Gonçalves defendeu igualmente, à semelhança da FNE, o adiamento do início do processo de avaliação, que o Ministério pretende cpmeçar a aplicar já a partir deste ano lectivo.
Confrontado com as posições dos sindicatos, o secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, respondeu que «há todo um conjunto de elementos [ainda não divulgados] que serão conhecidos oportunamente, mas que não é necessário serem conhecidos agora para que o processo arranque com toda a normalidade».
«Não é preciso conhecer as quotas que vão ser aplicadas às classificações "bom", "muito bom" e "excelente" para começar a fazer a avaliação», da mesma forma que «não é preciso conhecer os critérios de avaliação pelos inspectores dos coordenadores de departamento para fazer a avaliação dos outros docentes», exemplificou Jorge Pedreira.
A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) já tinha também proposto, quarta-feira, ao Ministério da Educação que a avaliação de desempenho de docentes seja testada numa amostra de escolas, considerando uma «irresponsabilidade» não o fazer.
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