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O primeiro-ministro, António Costa, recusou esta sexta-feira que o fim dos exames nacionais do 4.º e do 6.º anos promova o "facilitismo" no ensino e lembrou o "muito de inútil" que se adquire ao "empinar para os exames".
"O que importa não é aprender para fazer de conta, é aprender o que é útil e necessário e as ferramentas que levamos para a vida. E todos nós que fizemos exames sabemos o que conservámos de útil e aquilo que de inútil adquirimos e que tivemos de empinar para passar no exame e que não teve utilidade nenhuma ao longo da vida", afirmou.
António Costa defendeu que o modelo apresentado pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, com provas de aferição a meio do primeiro, do segundo e do terceiros ciclos e uma prova de avaliação final, é de "maior rigor e eficiência" e não um modelo de "facilitismo".
"Porque mais precocemente pode detetar as necessidades de educação sobre as crianças de forma a que possam concluir o primeiro ciclo em melhores condições do que, chegando ao 4.º ano, concluir-se que não tinham adquirido a aprendizagem necessária e traumatizá-la, separando-a dos colegas, violentando-a para estar a repetir aquilo que podia e devia ter aprendido no 3.º e no 4º ano se a aferição tivesse sido feita em tempo útil no segundo ano", defendeu.
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António Costa aproveitou para responder ainda ao líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, que num momento anterior do debate tinha perguntado a António Costa se, tal como o ministro da Educação, também achava que o esforço de estudar e preparar-se para os exames era pernicioso para os alunos.
"O que o ministro disse não foi que estudar é nocivo, aquilo que disse é que nocivo (…) incutir nas crianças esta ideia peregrina de que o que importa é saber no dia do exame para depois esquecer o que se aprendeu", disse.
O CDS-PP tinha perguntado a António Costa pelo fim dos exames do 6.º ano no último debate quinzenal, o primeiro deste executivo, e hoje voltou ao tema, acusando o primeiro-ministro de ter dito primeiramente que o fim dessa prova de avaliação não estava em causa, o que acabou por vir a acontecer, conforme foi anunciado pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
"Palavra dada é palavra honrada, qual é o valor da palavra dada pelo primeiro-ministro ao parlamento?", questionou Nuno Magalhães, usando uma expressão do próprio António Costa.
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