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Trinta por cento sem águas residuais «devidamente tratadas»

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Cumprimento de meta traçada para 2013 exige grande investimento

Cerca de 30 por cento da população portuguesa não tem as suas águas residuais «devidamente tratadas», o que exige um «enorme esforço» de investimento para cumprir as metas traçadas para 2013, diz o presidente da entidade reguladora do sector, em declarações à Lusa.

Ao contrário do que acontece no abastecimento de água, onde a cobertura é de 94 por cento e a meta para 2013 é de 95 por cento, no saneamento de águas residuais, a população abrangida com drenagem e tratamento não ultrapassa 71 por cento, mais longe do objectivo traçado de 90 por cento.

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«No saneamento estamos com 71 por cento e temos no plano estratégico o objectivo de 90 por cento [em 2013], quase 20 por cento de diferença [que] ainda exigem um enorme esforço de investimento do país», referiu à agência Lusa o responsável da Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR), Jaime Melo Baptista.

Da população portuguesa, «cerca de 30 por cento não vê que as suas águas residuais sejam devidamente tratadas, embora apenas 20 por cento não tenha ligação à rede de colectores», especificou.

Para cumprir com as regras estipuladas, não basta ter ligação aos colectores, «é preciso que o efluente seja retirado, drenado, mas tratado antes de ser lançado no meio receptor. Como o tratamento está mais atrasado do que a drenagem, só temos 71 por cento da população portuguesa com essa questão resolvida», ou seja, mais de quatro milhões de portugueses, explicou o presidente da entidade.

O responsável disse que, das entidades reguladas pela ERSAR, no saneamento, «em três quartos das situações cumprem-se os padrões de descarga, mas num quarto não se cumpre. Há um enorme esforço a desenvolver».

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No saneamento de águas residuais, «além da cobertura inferior, no que respeita à qualidade dos efluentes que rejeitamos na natureza, ainda não estamos a atingir os mesmos padrões que atingimos na água, o que é natural, acontece em todas as sociedades, que dão prioridade ao abastecimento», disse Jaime Baptista.

Quanto à possibilidade de cumprimento da meta definida para 2013, o presidente da ERSAR disse que, no saneamento, «é difícil fazer uma previsão de cumprimento» porque o «avanço da cobertura da população com serviço de águas residuais depende do esforço e da capacidade de investimento e de realização de mais de 300 entidades».

No entanto, «temos de ter consciência de que é um esforço muito grande para concretizar em três anos e especialmente num ambiente de contenção» orçamental, acrescentou.

O conceito de saneamento básico é habitualmente entendido como um conjunto de serviços de abastecimento de água e saneamento de águas residuais e, por vezes, abrange também os resíduos.

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