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Alunos também vão para a rua

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Depois dos professores, são os estudantes a apelar ao protesto desta quinta-feira

As escolas de todo o país poderão parar novamente esta quinta-feira. Depois da greve dos professores, é a vez dos alunos convocarem um protesto, que ameaça a normalidade de mais um dia de aulas. As razões não são novas, mas, para os estudantes, é necessário repeti-las.

«Estamos sobretudo contra o novo Estatuto do Aluno, cuja pequena alteração consideramos um docinho para tentar calar uma criança. O esclarecimento não foi suficiente, porque sem se mudar a lei nada muda. O regime de faltas ficou por resolver, embora acredito que o objectivo mediático tenha sido cumprido», afirmou Luís Baptista, porta-voz da Plataforma Estudantil «Directores NÃO!», ao PortugalDiário.

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O modelo de gestão escolar, que «tornou o aluno um marginal», com a diminuição de estudantes no Conselho Geral e o fim da eleição democrática do Conselho Pedagógico, e «abriu uma porta para as empresas, que só pensam no lucro» também é alvo das críticas dos estudantes.

Escolas fechadas em todo o país

Como tal, os alunos preparam-se para um «dia de luta nacional», esta quinta-feira, organizao pela Delegação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Secundário e Básico. «Não é uma manifestação. Queremos que os estudantes de cada escola actuem consoante as condições que tiverem», adiantou. Quanto a números, a Plataforma espera que «centena de escolas» adiram, traduzindo-se em «milhares de alunos na rua».

Luís Baptista confessou que «as duas principais formas de luta serão a greve e o fecho das escolas a cadeado». «No Porto, os estudantes vão concentrar-se na Avenida dos Aliados, em Lisboa vamos fazer uma série de acções escola a escola», explicou o porta-voz.

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A Plataforma Estudantil vai ainda aproveitar para divulgar o abaixo-assinado que exige a demissão da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues: «Precisamos de 10 mil assinaturas e só amanhã contamos recolher 3.500».

«Ministério tem de recuar»

Um dia depois da greve dos professores, os estudantes não admitem a insinuação de que estarão a ser manipulados pelos próprios docentes. «Cada um faz a sua luta no seu dia, sobre questões que não têm nada a ver. Claro que, na sala de aula, sentimos a profunda desmotivação da classe docente, que é partilhada pelos estudantes, mas não existem colagens. Existe, sim, uma grande solidariedade», apontou.

Segundo Luís Baptista, 48 horas sem aulas não são o suficiente para colocar em causa todo o ano lectivo: «Os professores e os estudantes vão ser capazes de criar condições para que haja notas, por isso a questão nem se coloca. Entretanto, o Ministério da Educação terá mesmo de recuar».

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Estudantes contra... estudantes

Contactado pela Lusa, Eduardo Fernandes, da Plataforma Nacional de AE do Ensino Básico e Secundário demarcou-se do protesto. «Não nos revemos nas manifestações que têm existido por todo o país. Fomos muito bem recebidos pelo ME, que está a trabalhar nas nossas propostas», disse.

O porta-voz da Plataforma Estudantil reagiu desta forma a estas declarações: «Essa Plataforma existe há duas semanas, com o objectivo de boicotar a luta dos estudantes. Têm uma postura muito afastada do que os alunos pensam. Nós não representamos Associações de Estudantes, representamos estudantes e claro que pomos em causa essa Plataforma».

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